A “Graça” na Palavra de Deus (Novo Testamento) e na Vida Humana!

O Novo testamento irá refletir a experiência da Graça, que é manifestada por Deus Pai que se comunica e que se revela em seu Filho e no Espírito.
É o Filho que revela a misericórdia e a justiça do Pai, desta forma Deus Pai revela a Graça que é manifestada no Deus Filho (é por meio d’Ele que vamos descobrir, entender e compreender a Graça) e o Deus Espírito Santo.
Deus é benevolente para com o ser humano, Ele introduz no ser humano a semente do amor, e é na liberdade do ser humano que essa semente irá crescer e dar frutos, e na resposta positiva do ser humano, para com o acolhimento da graça de Deus, implicará na sua salvação que é anunciada por Jesus, e sentirá com maior satisfação o amor de Deus que sempre se faz presente em cada pessoa.
No evangelho de Mateus lemos que a graça de Deus tem um significado de sentido de vida, de felicidade e de benção, como poderá compreender melhor no capítulo 5º do evangelho.
A graça de Deus é para todos, e está disponível para todos, mas, infelizmente nem todos enxergam, e aqueles que enxergam e acolhem essa graça dada gratuitamente por Deus, é movido por um “δαίμων – daimon” que é um espírito interior que nos impulsiona para frente, podemos dizer que é uma força que sai de dentro de nós, e que essa força é a graça de Deus atuante em nós e que nos orienta para a santidade.
Em Lucas a graça tem o significado de favor de Deus. É Ele que oferece a misericórdia, que deve ser atuante no homem que a acolhe.
Receber a misericórdia e oferecer a misericórdia aos seus irmãos “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aqueles que nos tem ofendido”, essa frase do Pai Nosso deixa claro que a misericórdia deve ser dinâmica, deve ser uma via de mão dupla.
O nosso perdão para com o outro deve ser gratuito, assim como o perdão de Cristo é gratuito, e que nos leva sempre mais a conversão, e abraçar essa conversão nos faz fortalecer e vivenciar a nossa fé, pois a vivencia da fé nos faz assumir a proposta de Deus, em outras palavras, vivenciar a fé, é vivenciar a salvação que Deus Pai nos oferece por meio de seu Filho, é nos libertarmos daquilo que nos amarra, é deixar tudo aquilo que nos escraviza, é deixar tudo aquilo que nos diminui como ser humano e abraçar a graça, pois a graça é a força que provém de Deus, como lemos em Atos dos Apóstolos.
Lembremo-nos de Paulo, deixar que a graça de Deus aja em minha vida é a mesma coisa que vivenciar e experimentar Jesus Cristo. Estar na graça de Deus é deixar que Cristo viva em mim – “não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”.
É necessário deixar o Cristo agir em nós, deixar que o amor de Cristo se manifeste em nós, é preciso uma abertura para que a graça de Deus seja manifestada.
A graça deve ser vivenciada como “Gratia Christi”, pois, a graça deve ser respondida com a nossa fé.
O ser humano é o bem-querer de Deus, é o ser humano o objetivo da graça, desta forma devemos ser gratos a Deus, e ser gratos, é acolher essa graça que gerará frutos em nossa vida.
A graça diviniza o ser humano, ou seja, mostra que, quanto mais humano o homem for, mais divino ele será.
A graça deve ser vivida como algo necessário, para a sua humanização.
A graça é o centro da vida cristã que nos impulsiona para a vivência da santidade.
Viver na graça, é viver no amor de Cristo, é deixar ser conduzido pelo Espírito Santo que sopra aonde quer e para onde quer.
Nós recebemos a graça como filiação divina, ou seja, somo filhos no Filho, temos em Jesus a graça da herança paterna.
O próprio Cristo nos doou a graça, pois a graça veio do próprio Jesus Cristo, assim como também a salvação e a vida eterna.
Temos vida em Cristo, o Logos, o Verbo feito carne, pois, Ele é a vida.
É Cristo que em sua morte nos dá a vida e nela a graça salvífica.
Deixemo-nos que a graça de Cristo atue em nós, deixemo-nos ser movido por essa graça.

Padre Aramis Bastos da Silva
Vigário – Paroquial na Paróquia São João Batista – Capivari/SP