Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo, no último dia 16 celebramos a festa popularmente conhecida como “Corpus Christi”, frase em latim para “Corpo de Cristo”, dia que a Igreja sabiamente pensou para exaltar e adorar a presença real do Redentor do mundo no Sacramento da Eucaristia. A escolha da data, a quinta-feira após a Solenidade da Santíssima Trindade, nos faz relembrar a instituição do Sacramento Eucarístico na Quinta-feira Santa, quando Jesus partilhou o pão e o vinho e entregou seu Corpo e Sangue aos seus apóstolos.
Toda celebração da Santa Missa já faz memória deste momento sublime, mas quis o Espírito Santo suscitar na Igreja uma festa especial para fazer marcar a importância deste Sacramento.
A liturgia, então, abre espaço para a Solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, a festa que recorda a entrega amorosa de Jesus por cada um de nós. Ele entrega seu Corpo, Sangue e toda a sua vida por um imenso amor, pois “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).
Também a nós vem esse amor de salvação, entrega e doação, e é através do alimento da Eucaristia que temos a possibilidade da redenção eterna. “Se o homem havia sido sepultado na ruína por um alimento proibido no Jardim da Criação, voltará à vida por um alimento bendito, um pão de vida.” (Transiturus de hoc mundo, Papa Urbano IV).
Assim, para salvar-nos da condenação eterna, Cristo nos abriu as portas da salvação por sua morte e deixou-nos um alimento santificador para não nos desviarmos do seu seguimento.
Sendo assim, deve o homem deixar-se moldar pelo Sacramento do Amor, permitir penetrar em seu coração a graça santificante da comunhão com o Senhor.
A Eucaristia é o caminho para aceitar a presença transformadora do Espírito de Deus em nós. E a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo é a ocasião de agradecer pela dádiva deste Sacramento e lembrar o quanto somos necessitados desse Pão da Vida.
Graças e louvores se deem a todo momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
É esse o amor de Jesus por seus discípulos, um amor de entrega e de doação até às últimas consequências.
É uma graça que se renova e se atualiza a cada missa.
É um dom que se mostra no Santíssimo Sacramento sob as espécies do pão e vinho, em que estão o Corpo e Sangue do Salvador que declara: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20).
Esse Pão da Vida é próprio Cristo, que “caminha conosco como nossa força e nosso viático” (Ecclesia de Eucharistia, 62).
“Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20)
“Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13, 1)
Vinicius Henrique dos Santos
Seminarista do 2º ano de Filosofia
