“Sejam santos como EU SOU santo”

(Lv, 19,2;  Pd 1,15)

Na nossa vida diária, quantas pessoas caminham ao nosso lado nas ruas de nossa cidade, no trabalho, nas escolas, em casa na família, nos lugares em que nos divertimos.
Hoje, Solenidade de Todos os Santos, celebramos os bons amigos que já se forame estão na glória de Deus.
São os nossos santos e santas que se santificaram na cozinha, lavando e passando roupas, faxinando a casa, cuidando dos filhos ou dos netos, no serviço de pedreiro, professor ou lixeiro, médico ou lavrador, estudante, pregadores do Evangelho, trabalhadores e trabalhadoras.
Trabalhadores que chegaram vitoriosos à Casa do Pai pois tinham convicção de sua fé! “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé”, como diz São Paulo de si mesmo (2 Tm 4, 7).
Na celebração de hoje, recordamos essa imensa multidão de santos e santas que receberam na fronte o sinal de Deus “Uma imensa multidão de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9).
São os bem-aventurados, os felizes, que marcharam e caminharam na direção de Deus e perceberam na vida o Amor de Deus que é todo misericórdia e perdão.
As Bem-Aventuranças, Evangelho deste domingo, não são sinônimos de fraqueza!
Aí está a nossa santidade uma caminhada na aflição, mansidão, justiça, misericórdia, os que são ofendidos e perseguidos por causa do seu nome. ( Mt 5, 1-12).
Mateus, coloca as Bem-Aventuranças sempre com uma condição e um resultado:
“Felizes os pobres… porque serão consolados.
“Felizes os mansos… porque possuirão a terra.
“Felizes os aflitos… porque serão consolados.
“Felizes os que têm fome e sede de justiça… porque serão saciados.
“Felizes os perseguidos… porque deles é o Reino dos Céus.
Se tivesse apenas a condição, como poderíamos dizer: “Felizes”! Mas essa condição tem um resultado: porque serão consolados; saciados, encontrarão misericórdia, verão A Deus.
Jesus jamais consideraria felizes os pobres deste mundo! São Francisco louvava a Senhora Pobreza, jamais a Senhora Miséria, assim nos dias de hoje louvaria a Senhora Justiça.
É evidente que “quando amamos a justiça e a defendemos, mais cedo ou mais tarde sofreremos perseguições de todo o tipo” (Dom Hélder Câmara, bispo, perseguido durante a ditadura por defender a justiça dos menos favorecidos, como tantos outros).
Justiça e santidade na Sagrada Escritura, caminham juntas. É muito fácil entrar na política “dou para que me dês”.
Foi por esse belíssimo texto de Mateus que o indiano, não cristão, Mahatma Gandhi, a ele se referiu: Se se perdessem todos os livros sagrados da humanidade, e só se salvasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido.”
– Como tenho respondido ao chamado do senhor à santidade?
– Tenho vontade de me tornar um pouco melhor, de ser mais cristão, cristã? Este é o caminho para a santidade.
Não nos chama a algo de triste, desolado, coitadinho… tudo outra coisa!
É um convite a partilhar a nossa alegria, a viver e a oferecer com alegria cada momento da nossa vida.
Só assim, teremos confirmado a certeza de que um dia veremos a Deus face a face.


Rosa M. Macluf Carravero