FINADOS, SÓ PARA LEMBRAR QUE A VIDA CONTINUA

Afinados com as coisas da Terra, do nosso dia a dia, na maioria das vezes nos apegamos em demasia a elas e esquecemos que somos seres espirituais temporariamente estagiando aqui.
Somos o mordomo de nossa própria vida, ou seu arquiteto espiritual. Temos nosso livre-arbítrio, que nos foi concedido por Deus, através de suas leis sábias e justas. Colheremos aquilo que houvermos semeado, conforme ensinamento de Jesus: A cada um segundo suas obras.
Ninguém se perde de Deus e ninguém será condenado ao inferno de fogo, porque ele não existe materialmente, no máximo é um estado mental e espiritual de sofrimento que atravessam, temporariamente, os espíritos que infringirem as Leis Divinas. Mas ninguém se livrará da morte do corpo.
No Evangelho de Lucas encontramos essa mensagem de Jesus alertando sobre o cuidado das coisas materiais e das espirituais: “Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia, apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada” (Lucas 10:41-42).
Diz o espírito Emmanuel, através do Chico Xavier, que: “Terás muitos negócios próximos ou remotos, mas não poderás subtrair-lhes o caráter de lição, porque a morte te descerrará realidades com as quais nem sonhas de leve…” (negrito nosso).
O pedagogo francês Allan Kardec assim se expressou sobre a morte: “Pensa que a morte virá para ti como para todos, que os títulos não te pouparão a ela; que pode te atingir amanhã, hoje ou daqui a uma hora; e se te fechas no teu orgulho, então eu te lastimo, pois serás digno de piedade!”
Tenho encontrado muitas pessoas com serenidade e equilíbrio diante dessa hora de despedida temporária de um ente querido através da morte. Elas já se convenceram de que eles não serão ausentes, apenas invisíveis, e que vão preparar a vida e o lar para nós na dimensão verdadeira – a vida espiritual.
É comum encontrar pessoas que se afligem e cujas emoções se desorganizam porque nem de leve sonham com essa vida espiritual. Temem o enigma e a surpresa do que aguardam os seus amados e elas mesmas, porque existe um grande dogma nas religiões cristãs, em torno desse assunto – o mistério.
Aprendo muito com Chico Xavier, e ele deixou preciosos ensinamentos em torno desse tema:
“A morte é simples mudança de veste, somos o que somos. Depois do sepulcro, não encontramos senão o paraíso ou o inferno criados por nós mesmos.”
“Ao bom homem nada de ruim acontece, nem vivo nem morto.”
E por fim: “Escapamos da morte quantas vezes for preciso, mas da vida nunca nos livraremos” – porque, na verdade, a morte do espírito não existe.