PREPARAR, DISCERNIR E DIMINUIR

Neste sábado, celebramos o nascimento de João Batista.
De modo geral a Igreja celebra a memória dos santos, o dia em que estes homens e mulheres, encerraram sua caminhada sobre a Terra, e nasceram para junto de Deus, ou seja, celebramos o dia em que os santos morreram.
Mas João Batista é uma das três figuras que a Igreja celebra tanto sua morte, como seu nascimento.
Celebramos o nascimento de Jesus, dia 25 de dezembro, e a Natividade de Nossa Senhora, no dia 8 de setembro.
Mas de todas as grandes virtudes que podemos ver em nosso grande padroeiro, São João Batista, o Santo Padre, o Papa Francisco, em 2014, disse que podemos sintetizar em três verbos a experiência espiritual, deste grande santo: preparar, discernir e diminuir.
O Batista agiu antes de tudo para “preparar, sem nada tomar para si”, disse o Pontífice, “era um homem importante: as pessoas procuravam-no, seguiam-no”. João alcançava o coração das pessoas.
E se porventura teve a tentação de acreditar que era importante, não caiu nela, como demonstra a resposta que deu aos doutores que lhe perguntaram se era o Messias: ‘Sou voz, só voz — disse — de uma pessoa que grita no deserto. Sou somente voz, mas vim preparar o caminho para o Senhor’.
Portanto, a sua primeira tarefa é “preparar o coração do povo para o encontro com o Senhor”.
Mas quem é o Senhor? Aqui vemos o discernimento de João, que foi capaz de reconhecer o Messias.
“É este. Este é o cordeiro de Deus, o que tira o pecado do mundo”.
Enquanto na preparação João dizia: “Depois de mim vem outro…”, no discernimento, que sabe distinguir e indicar o Senhor, disse: “Diante de mim… é este”.
Neste ponto, diz o papa, insere-se a terceira vocação de João: diminuir.
Porque precisamente a partir daquele momento — recordou o bispo de Roma — a sua vida começou a abaixar-se, a diminuir para que o Senhor pudesse crescer, até se aniquilar a si mesmo.
Esta foi, observou o Papa Francisco, a etapa mais difícil de João, porque o Senhor tinha um estilo que ele não imaginou, a tal ponto que na prisão, onde foi mandado por Herodes Antipas, “sofreu não só a escuridão da cela mas também a do coração”.
Foi assaltado pelas dúvidas: Mas será este? Terei errado?
A ponto que, recordou o Pontífice, pediu aos discípulos que fossem ter com Jesus para lhe perguntar: “Mas és tu ou temos que esperar outro?”.
Que a exemplo de João Batista, o precursor de Jesus, possamos viver esse trinómio como paradigma da nossa vocação de cristã: preparar, discernir e diminuir.


Diác. Mateus Kerches Nicolucci
Qui coepit, perficiet!