Momento Católico

Atravessamos um período explosivo da natureza com a exuberância da irmã primavera que traz muita alegria. Em nosso corpo e alma respiramos a beleza de estar construindo pontes porque quanto mais caminhamos pelas estradas podemos sentir o perfume das flores exalando um perfume diferenciado e delicioso.
Somos seres humanos em construção, fazendo a passagem de um ser reconhecido limitado ou incapaz, para um ser que promete acreditar na possibilidade de uma vida nova. Ou seja, uma outra forma de viver é possível. É possível sentir o perfume de nossos amigos(as), o perfume de uma atmosfera que nos envolve pra sermos geradores(as) de fraternidade.
Pensemos nesta caminhada como a um ser humano que faz parte de um “cambiamento de época.” As coisas, e as causas de nossa situação de vida não são como antes, quero dizer de quando éramos crianças, adolescentes, jovens e agora adulto. E ainda, as mudanças se aceleraram com a surpresa indimenticável da covid19.
Nós como seres humanos passantes por este planeta terra, sofremos impactos, fomos abalados, nos sentimos ameaçados, perdemos a noção da linha reta, de que tudo andava sob nosso controle. Hoje ainda está difícil para muitos cidadãos conviverem com as consequências graves causadas por este vírus mortal que somente em nosso país mais de seiscentos mil pessoas perderam a vida. Pare para pensar sobre esta mudança.
Podemos usar uma metáfora, como se estivéssemos conduzindo nosso carro, nossa bicicleta, nossa moto, nossa carroça, seja o que for, e nos deparamos com um semáforo. O que se deve fazer? Nada é mecânico, exige do condutor(a) equilíbrio para respeitar a lei que vem proteger a vida do outro; as cores indicam se posso passar ou não, se devo estar parado e ainda ter atenção ao amarelo pois tenho pouco tempo. Exige um olhar vigilante, prudente. O que quero dizer com isso? Muito simples: esta mudança, esta “época em mudança” não permite sermos distraídos(as).
É um tempo abençoado! Esta mudança requer de mim e de ti uma posição determinada para reler nossa história pessoal e ganhar tempo pra ajudar na construção da Paz, mesmo se nos sentimos fracos e tímidos, pobres e impreparados, urge sermos agentes humanitários ou agentes de evangelização para despertar consciência e envolver outras pessoas na causa da vida ameaçada. Favorecer a toda pessoa estar em pé para uma prontidão, e também estar e sentir-se em sinal de igualdade, porque ninguém é maior que ninguém. Somos todos irmãos.
Urge favorecer entre nós, em nossas famílias, associações, comunidades a prática da sinodalidade que faz acontecer a beleza de escutar o ser humano com intensidade, dando-lhe o tempo necessário para expressar-se e, na escuta, escutar com os ouvidos bem pré-dispostos para acolher desta pessoa aquilo que está sentindo e quer desafogar; A nós compete estar abertos para escutar e não precisamos pensar qual resposta darei enquanto a pessoa se comunica, pois não contemos respostas pré -fabricadas.
A pessoa que te procura não precisa de uma resposta, quer um ombro amigo para comunicar-se. Ouvir as dores e alegrias, as angústias e as esperanças neste processo pedagógico da escuta, favorecendo um novo estilo de vida através da conversação no Espírito.
A conversação é o ato de escutar com o coração exercitando-nos mutuamente e assim cresceremos em maturidade e sabedoria pois acontece a sinergia entre o encontro, a escuta e o diálogo.
Assim poderemos avançar mais um pouquinho na causa da vida como pessoas humanas, “humanizadas” que se abraçam na causa comum pra atuar no Pacto educativo global, si educando como família a uma verdadeira mudança de mentalidade no uso dos bens primários como água e eletricidade e promovendo e participando das múltiplas iniciativas a favor da casa comum praticando os cinco R: reduzir, Reutilizar, reciclar, recuperar, repensar.
Cada pessoa tem direito de se expressar e dar sua colaboração para garantir oxigênio solidário pois não dá mais para cada um viver para si mesmo debaixo do céu (Eclesiastes 3, 1-9).
Há pessoas que sabem trabalhar em equipe, sabem se ajudar mutuamente, se apaixonam pelo ser humano e acreditam que este ser humano poderá mudar esta fase da história.
Por isso manter-se em equilíbrio, vigilantes em contato com o Senhor do Universo mantendo uma forma discreta de viver e espalhando o perfume do amor de Deus por onde passam sem fazer barulho.
Para onde caminha esta humanidade? Padre Tiago Alberione sempre colocava esta questão para seus filhos e filhas já em 1900. Ele queria fazer algo para esta humanidade do século XXI. Hoje podemos nos perguntar para onde caminhamos? Buscamos o que? Lucro? Poder? Bem estar? Ou buscamos o segredo da vida que é acumular tesouro para o Reino de Deus onde a Glória de Deus é ver o ser humano em pé.
Como olhamos o mundo hoje? O que podemos fazer para iluminar nossa sociedade com os valores evangélicos oferecidos por Jesus de Nazaré?
Um abraço a cada um(a) e boa reflexão.

Irmã Sônia de Fátima Batagin, sjbp (Irmas Pastorinhas)