Fim da COP27: e agora?

No último domingo, 20, chegou ao fim a 27ª Conferência do Clima das Nações Unidas – COP27, que ocorreu no Egito. Apesar do firmamento de um acordo histórico para a temática, ainda existem incertezas, devido a poucos avanços em algumas áreas.
O grande destaque foi a aprovação da proposta de formação de um comitê para definir as regras de criação de um fundo de “perdas e danos” para reparar os prejuízos causados pelas mudanças climáticas em países mais vulneráveis. Mas os detalhes ainda serão negociados ao longo do próximo ano, até a próxima edição da conferência.
Dentre os problemas que continuam sem solução efetiva, é o fato que as mudanças climáticas são acarretadas em maior parte devido a ação antrópica e o uso desenfreado dos recursos naturais e da degradação ambiental, geralmente causada pelos países que mais poluem — geralmente as nações mais ricas — e aquelas que sofrem as consequências disso — na maioria das vezes, as mais pobres.
Segundo Isabella Teixeira, bióloga e ex-ministra do meio ambiente (2010 a 2016), que esteve presente na conferência, destacam-se dois grandes impactos quando se fala em mudança climática: o primeiro se refere aos eventos extremos, como secas severas que interferem na produção de alimentos, por exemplo e, o segundo, tem a ver com a necessidade de mudar completamente de lugar, como aquelas pessoas que vivem em países insulares que estão desaparecendo pelo aumento no nível do mar.
Estas duas principais condições, ocasionadas pelo aquecimento global, demandam adaptações, o desenvolvimento de novas tecnologias e um suporte financeiro para que as pessoas saiam de onde moram e vivam em lugares mais seguros. E é aí que deveria entrar a responsabilização dos países que mais poluem.
E o (eterno) entrave é justamente este: a responsabilização dos maiores poluidores sobre os impactos causados e que afetam mais drasticamente as nações mais vulneráveis que sofrem desproporcionalmente aos danos por conta disto.
Muita negociação e a falta de resultados efetivos e de firmamento de acordos necessários para frear a condição a qual o planeta está sendo submetida, coloca em pauta a efetividade desta edição da conferência. Muito ainda a ser feito, mas poucas ações efetivas como agentes de mudanças positivas para a saúde do planeta.