Causos – “Cê é gente de gente de quem?”

Caminhando por Capivari de Antanho, chegamos a rua Regente Feijó saindo em frente a rua Antonio Pires, temos a Rinha, um lugar onde ás tardes havia brigas de galo. Cheio de gente como os irmãos Stein, Azaias de Melo, Nho Vicente, Antonio Assad, Jonita e outros, ali saia briga, apostas, conquistas e discussões.
Atravessando a rua, a casa de Florentino, o Pega cobra, também violeiro e curador com benzimento e garrafada. Seu filho Raé não tinha medo de nada. Em frente, o jogo de bocha de Antonio Schincariol, mais uns passos a casa do Dr. João, o ponto de Elias Mico, o doceiro com seu tabuleiro cheio de sonhos, cocadas…
Atrás da Igreja, também famosa pela sua quermesse, leilão e fogueira, o bar do Nani Queima Pé, reduto de cantores e cachaceiros.
A padaria do Donatti, a casa do Toniquinho, a Pharmácia Galeno com seus livros de Jeca Tatu e o farmacêutico Frederico Marri de gravata borboleta. Na esquina o Coleginho, construído para ser escola pelo pai de Amadeu Amaral tendo no alto, a escultura da menininha com sua caneca quebrada, a relíquia da cidade. Ali ele ficou até ser demolido, bem como o mercadão em forma de ferradura. Ali, Tric, Bilô Colaneri, Balduino, Bachiega, Salim Assad, Miguel Ourives, Trovão Leone vendiam de tudo, carnes, queijo, fumo, todos gerenciados por Chico Vieira. Na frente, troles, carroças com frutas e verduras das chácaras dos Colnaghi, Piai, Balan e outros.
Depois a casa bancária de Nhonhô Bernardino, a barbearia de Sebastião bom de prosa, junto da casa de Totó Ribeiro. Na esquina, uma casa enorme, a União dos Moços Católicos com ping-pong, dominó e bilhar. Do outro lado a padaria do Bocardo, o viveiro de mudas da Prefeitura, a casa de Juca Mader, a venda do Quinho Cassaniga e da Dona Jovita, onde se vendia linguiça pura. Agora a cadeia nova, o cemitério velho (atualmente a escola Padre Fabiano) e um largo carpido onde se armavam o circo para alegria de todos. (continua)