Causos – Bancando o detetive

Adoro mistérios, assistir filmes e ler contos policiais. Sabia que observando tudo, prestando atenção aos fatos, ao local e raciocinando, chegaria ao autor do crime.
Todos comentavam e eu era alvo de muitas perguntas e esclarecimentos nas festas e rodas.
Naquela noite, fui convidado para um jantar na casa de madame Guimaraes. Umas trinta pessoas haviam sido convidadas e todas as mulheres deveriam ter uma rosa no vestido. Madame a cada convidado que chegava, fazia questão de guardar seu casaco em seu quarto no andar de cima.
Notei que madame Ramos foi a última a chegar. Uma das visitas veio se despedir e precisava de seu casaco. A dona da casa subiu até o seu quarto e voltou transtornada.

  • “Roubaram meu anel de brilhantes que estava na gaveta da cômoda.” Todos se reuniram ao redor dela e eu sugeri que ninguém entrasse no quarto. Pedi que madame retirasse os casacos e conversei por alguns minutos a sós com cada convidado que após a conversa se despedia e partia.
    Quando a última visita saiu, a dona da casa nervosa, recebeu seu anel de volta. Ela queria saber quem fora a ladra… não contei.
    Na verdade, quando madame Ramos chegou, subiu sem que ninguém notasse até o quarto. Usava no vestido uma rosa lilás e deixou cair ao chão do quarto, duas pétalas. Notei… e isso me fez suspeitar dela. Quando a acusei ela xingou, praguejou, se enfureceu e só devolveu o anel com a promessa de que eu nada falaria.
    Hoje… as pessoas mal me cumprimentam e Madame não mais me convidou para ir à sua casa… é que madame Ramos muito esperta, espalhou que fora eu o ladrão e fiz todo aquele teatro para culpar outra pessoa.