Butantan alerta para o risco e efeitos de acidentes com taturanas

O Instituto Butantan alerta para os perigos do contato de pessoas com os “espinhos” envenenados de taturanas (ou lagartas) do gênero Lonomia, que em 2016 foram responsáveis por 3.813 acidentes no país, de acordo com o Ministério da Saúde.
O acidente é relativamente benigno e a grande maioria das lagartas provocam dor e queimação, com inchaço e vermelhidão no local do contato.
Porém, o acidente com a lagarta Lonomia pode causar uma síndrome hemorrágica, com sangramento na gengiva e na urina, até complicações graves como a insuficiência renal aguda, evoluindo a óbito na falta da terapia correta, portanto, cuidado.
Atualmente, o tratamento disponível para reverter os efeitos do envenenamento é a utilização do soro antilonômico produzido pelo Instituto Butantan, único produtor do medicamento no mundo.
O soro é obtido a partir do próprio veneno da Lonomia, em um processo no qual animais são imunizados com antígenos específicos e preparados com a toxina da lagarta.
“Na medida em que divulgamos a existência dessas lagartas, principalmente em locais que antes não eram registradas, consequentemente se estabelecem ações de prevenção, divulgação do que pode acontecer se alguém se acidentar e orientações de como realizar o atendimento médico”, explica a médica Fan Hui Wen, Gestora de Projetos do Núcleo Estratégico de Venenos e Antivenenos do Instituto Butantan.
Para manter a disponibilidade do medicamento, o Instituto Butantan recebe a cada ano uma quantidade suficiente dessas lagartas por meio de parcerias com secretarias de saúde da Região do Sul do país, geralmente entre os meses de dezembro e fevereiro.
“Existe uma cadeia de participação para a produção do soro que envolve a população, órgãos de saúde e o Instituto Butantan. Tudo isso para viabilizar o soro”, explica Fan.