Aumento das queimadas e cortes no orçamento ambiental

Na última semana, um levantamento divulgado pela CNN, utilizando imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o número de focos de incêndios aumentou em 12 estados brasileiros do dia 1 até o dia 24 deste mês, em comparação com o mês de janeiro de 2021.
Só no Estado de São Paulo, o aumento foi registrado em 213%.
A maior preocupação dos especialistas é que esse aumento foi registrado no verão, quando existe a maior incidência de chuvas em grande parte do país.
O que é alarmante, considerando que o período de seca ainda está longe de iniciar.
Se esses dados já não bastassem para alarmar a crise climática, o Observatório do Clima divulgou que o corte de orçamento no Ministério do Meio Ambiente para 2022, impactará diretamente o combate de incêndios florestais.
Dos R$35 milhões que foram retirados do Ministério do Meio Ambiente para o ano de 2022, a área de contratação de brigadistas foi a que teve a maior redução. Foram R$ 17,2 milhões a menos do que o previsto pelo Congresso Nacional.
Só na Amazônia, o desmatamento em 2021 foi o pior em dez anos, de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Mais de 13 mil quilômetros de mata nativa foram destruídos no ano passado.
Questionado sobre os impactos dos vetos para o combate de incêndios florestais, o Ministério do Meio Ambiente ainda não se pronunciou sobre o assunto. Assim como o IBAMA também não trouxe o assunto em pauta.
Considerando todo o cenário mundial referentes às mudanças climáticas e o retrocesso nas questões de fiscalização, controle e combate aos incêndios florestais no país, o corte de verba para esta área tão importante, que deveria estar sendo tratada na contramão da realidade que tem sido, causará danos irreversíveis aos biomas brasileiros, como tem sido observado nos últimos anos.