Na última terça-feira, 21, o Brasil, representado pelo residente Jair Bolsonaro (sem partido), apresentou um discurso durante a Assembleia-geral da ONU, sobre as questões climáticas, que alarmam o mundo todo. Apresentou em seu discurso, ações de proteção ambiental que vem sendo realizadas em seu governo.
Especialistas, como o Secretário Executivo do Observatório do Clima, afirmaram que o discurso do presidente foi tendencioso e desonesto pelo uso de dados oficiais para apresentar uma perspectiva positiva em relação ao tema.
Em sua fala, o presidente disse que houve uma redução de 32% do desmatamento da Amazônia no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior. A cifra foi registrada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e divulgada pelo governo federal no início de setembro.
O mesmo período, porém, foi analisado pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que publicou dados bastante diferentes. A instituição de pesquisa, que monitora a região por satélite, afirma que foram desmatados 1.606 km² de floresta em agosto deste ano, o que é 7% maior do que o registrado em agosto de 2020.
Além de outros dados apresentados pelo presidente, que também foram desmentidos por especialistas da área ambiental, Bolsonaro se posicionou com uma fala conservacionista, quando na realidade, o que mais tem feito escancaradamente na área ambiental (e outras) é deixar a “boiada passar”, como afirmado em reunião do governo.
Infelizmente, os dados e a realidade que o país e o mundo vêm enfrentado por conta das mudanças climáticas só apontam que estamos indo na direção errado do que, de fato, é a luta pela preservação e conservação da natureza. O Brasil está em seu pior cenário com relação à temática ambiental e, tristemente, um discurso de 10 minutos, com afirmações duvidosas não pode mudar isso, mas sim, a adoção de políticas públicas para uma gestão ambiental adequada que possa salvar o país com a maior biodiversidade do mundo.
