As boas práticas ambientais, sociais e de governança no ambiente corporativo

Prezados leitores, vocês já ouviram falar na expressão “ESG”? Essa sigla é uma abreviação do termo inglês “Evironmental, Social and Governance”, e se refere às boas práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização.
O termo surgiu quando da criação do Pacto Global que defende 10 princípios universais.
Lançado em 2000 pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, o Pacto Global é uma chamada para as empresas alinharem suas estratégias e operações aos 10 Princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção e desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade.
O Pacto Global não é um instrumento regulatório, um código de conduta obrigatório ou um fórum para policiar as políticas e práticas gerenciais, mas sim uma iniciativa voluntária que fornece diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania, por meio de lideranças corporativas comprometidas e inovadoras.
Assim, as organizações que passam a fazer parte do Pacto Global comprometem-se a seguir esses 10 princípios no dia a dia de suas operações.
O Pacto Global revela uma preocupação em escala mundial das instituições sobre temas sociais, ambientais e de governança, que trazem fortes impactos nas questões de análise de riscos e nas deliberações institucionais, pois a empresa que passa a adotar os padrões e práticas “ESG” demonstra o cuidado e diligência com a sustentabilidade empresarial e os seus reflexos na sociedade.
Para se ter uma ideia, segundo relatório da PwC, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG, o que representa US$ 8,9 trilhões, em relação a 15,1% no fim do ano passado (https://www.pactoglobal.org.br/pg/esg).
Além disso, 77% dos investidores institucionais pesquisados pela PwC disseram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos 2 anos.
No Brasil, fundos ESG captaram R$ 2,5 bilhões em 2020, ou seja, mais da metade da captação veio de fundos criados nos últimos 12 meses.
Portanto, as empresas que pretendem sobreviver ao mundo corporativo nos próximos anos, já devem estar atentas para as boas práticas ESG, como por exemplo, garantir a segurança dos trabalhadores através de programas de gerenciamento de riscos e manutenção preventiva.
As temáticas ESG abarcam diversos outros assuntos, tais como: mudanças climáticas, uso de recursos naturais, direitos humanos, saúde e segurança do trabalhador, qualidade de vida, entre outros.
Finalizando, para que as boas práticas ESG possam começar a ser efetivamente aplicadas as empresas, o primeiro passo é uma mudança de atitude e a criação de uma nova cultura organizacional bem definida, com foco nos princípios ambientais, sociais e de governança pautados no Pacto Global.