Aprender a repartir o chocolate, uma lição de vida

Tuas horas e tuas forças, conhecimentos e recursos, quaisquer que sejam,
são concessões do Todo-Compassivo em tuas mãos,
que podes repartir com o próximo, a benefício de ti mesmo.
Emmanuel (Chico Xavier) – Agenda Todo Dia – Editora EME

Esteve conosco a professora e terapeuta ocupacional Marina G. Torrezan, que fez a conferência sobre “reflexões sobre a felicidade” e nos trouxe muitos conceitos de sábios e filósofos da Antiguidade, bem como de Jesus e do mestre Allan Kardec, que em sua codificação espírita nos deixou muitas joias, como esta, para nossa felicidade: “O resultado do que fazemos nos espera mais adiante”.
Marina conta uma lição que aprendeu com o pai, quando ela tinha 6 anos e brincava com a irmã no tapete da sala, enquanto o pai assistia à televisão. Ele deu um chocolate e pediu que repartisse com a irmã. Pensando em si, apesar da pouca idade, não dividiu no meio e ia oferecer à irmã a porção menor.
Parecendo estar atento à TV, disse a filha: quem reparte tem a obrigação de dar a parte maior para o outro. E ela guardou a lição para a vida toda, quando vai beber um refrigerante ou comer um bolo, doce ou salgado.
Felicidade nasce da liberdade e da responsabilidade, que podemos usufruir quando compreendemos que o investimento da alegria nasce do exercício do bem que praticamos.
Emmanuel, em uma página, ensina como repartir, para usufruir: “Aprendamos a dividir os depósitos do Senhor, enquanto é hoje, a fim de que o Amparo Divino mais intensamente nos envolva, enriquecendo-nos o Espírito para que venhamos a receber com os outros e pelos outros a nossa perfeita felicidade amanhã”.
Uma história anônima conta que certa vez, no mês de dezembro, um homem castigou sua filhinha por desperdiçar um rolo de papel de presente dourado. O homem ficou furioso ao ver a menina envolvendo uma caixa com aquele papel tão caro e, depois, colocá-la debaixo da árvore de Natal.
Apesar de tudo, na manhã seguinte, a menininha levou o presente ao pai e carinhosamente disse: ”Isso é para você, paizinho! Espero que goste”.
Ele ficou embaraçado por sua impetuosa reação no dia anterior, mas ao abrir a caixinha e encontrá-la vazia, voltou a explodir: “Você não sabe que, quando se dá um presente a alguém, coloca-se alguma coisa na caixa?!”.
A garotinha olhou para cima e disse: “Ah, paizinho, não está vazia, não. Eu joguei muitos beijinhos aí dentro, e todos para você papai!”.
O pai, constrangido, abraçou a filha e suplicou que ela o perdoasse. O homem guardou a caixa dourada por muitos anos e, sempre que se sentia triste, chateado, tomava da caixa um beijinho imaginário e recordava o amor que sua filha havia depositado ali.
Demora tempo e experiência para aprendermos que felicidade e alegria não estão nas coisas e, sim, em nós, em nosso íntimo.