Temos que aceitar que é necessário melhorar a nós mesmos, primeiro, para depois mudar a família, a sociedade, a política brasileira…
Em Rafard, determinada funcionária pratica desvios de recursos da Câmara por uma década; em Mombuca, ex-prefeito é suspeito de manter uma refinadora de petróleo clandestinamente.
Se esses interesses e a consequente corrupção estão tão perto de nós, o que esperar dos políticos de Brasília? Políticos nascem de nossas casas, de nossas ruas, de nossas cidades. E eles não se pejam de dizer que querem trabalhar para bem gerir a administração pública, quando no fundo acabam se envolvendo em negócios espúrios, por sua má formação moral, ética e espiritual anterior.
Viemos ao mundo para nos tornarmos melhores criaturas, esse é o primeiro passo, e em segundo lugar fazer deste mundo um mundo melhor, deixando atrás de nossos passos um rastro de luz e positividade.
Nesse Universo material, tudo é empréstimo do Criador.
A começar pelo corpo de que usufruímos: mais dia ou menos dia vamos ter de deixá-lo à natureza. Os bens materiais são empréstimos, e nós somos mordomos deles; eles têm uma duração efêmera nessa nossa passagem pela Terra; eles serão usados por outros, que também serão inquilinos e hóspedes nesta paisagem terrena; o que fica são nossas ações e nossas lembranças.
Assim como os nossos antepassados, avós e pais, retornaram à pátria espiritual, nossa caminhada também tem o mesmo destino, e o trem que os levou também nos levará.
Nossos familiares são um bem precioso. Devemos amá-los enquanto estivermos com eles, mas temos que aceitar que não nos pertencem e mais dia ou menos dia vão estar sós e farão as coisas do seu jeito. Se vão nos decepcionar, fiquemos tranquilos: errar faz parte do aprendizado. Aprendemos pelo amor ou pela dor. Portanto, devemos amá-los com moderação, e aceitar que vão agir de maneira diferente da nossa. Façamos o desligamento emocional – eu mentalizo isso, para conseguir também praticá-lo, não sem minhas dificuldades.
Não nos preocupemos tanto em dar o melhor em bens materiais para os nossos, e sim em dar o melhor do nosso conhecimento, do nosso amor, nosso exemplo. Na verdade, diz um velho e sábio ditado que o exemplo não é a melhor forma de ensinar. É a única forma e caminho da educação.
O primeiro passo para realizar a prevenção efetiva do alcoolismo, do uso de fumo e drogas, ou de outros transtornos em casa, é, sem dúvida nenhuma, o exemplo pessoal dos pais, ou, às vezes, dos substitutos que representem as figuras dessas autoridades paternas.
O posicionamento e a coerência entre o comportamento e o discurso, o equilíbrio entre a autoridade e o afeto, e as habilidades de comunicação familiar, irão por certo fortalecer características pessoais positivas nos descendentes, contribuindo para a imunização contra o uso de drogas e contra outros comportamentos egoísticos.
Hoje já se comprovou que os mesmos comportamentos pessoais daquele que desenvolve o abuso de drogas, que são a compulsão e a obsessão, se repetem nos corruptos.
Os sintomas são bem claros e notáveis: negação, mentira e desonestidade.
