A mulher é uma tentação

Que marido e mulher não se traiam, nem traiam seus filhos…
Que a família comece e termine sabendo onde vai…
Padre Zezinho

Depois de participar de um programa de Rádio falando sobre prevenção ao suicídio e sobre espiritualidade, a convite dos diretores da ADUSMEC – Associação dos Usuários da Saúde Mental de Capivari, na saída, um loucutor me interrogou “se a mulher é uma tentação”.
E eu disse que não é uma tentação, que ela é apenas um espírito que se vestiu de mulher nesta encarnação e que no futuro podemos, nós que hoje estagiamos no corpo masculino, vir também a habitar um corpo na condição feminina. Deus criou os espíritos simples e ignorantes e todos iguais, e diante das existências materiais vamos progredindo.
A tentação não está nem na mulher e nem no homem, mas naquele que se deixa enredar por atração por um ou por outro.
O amigo radialista voltou a perguntar: “Mas os homens que têm poder, fama e riqueza, seja político ou empresário, são muito tentados pelas mulheres, e sempre mais jovem. Eles deixam laços matrimoniais de décadas junto de suas esposas honestas para se aventurar com jovens, bonitas e interesseiras, não é verdade?”
– Você que está me dizendo. Não nos compete julgar as vidas alheias. Não sabemos das experiências que estão atravessando, não é?
O que tenho aprendido com os benfeitores espirituais é que devemos “amar sempre, porque o amor é a essência da própria vida, mas não cogites de ser amado. Ama por filhos/filhas do coração aqueles de quem, por enquanto, não podes partilhar a convivência mais íntima, aprendendo o puro amor fraterno que Jesus nos legou”.
Diz mais esse espírito benfeitor: “Mas se a inquietação sexual te vergasta as horas, não te decidas a aceitar o conselho da irresponsabilidade que te inclina a partir levianamente ‘ao encontro de um homem’ ou ao ‘encontro de uma mulher’ muitas vezes em perigoso agravo de teus problemas”. (1)
Na biografia do grande compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, consta um episódio turbulento na vida pessoal do maestro, que ocorreu em 1936, em uma viagem a Berlim, quando ele mandou uma carta desmanchando o casamento de 23 anos com a pianista Lucília Guimarães. Ele viajou em companhia de Arminda Neves d’Almeida, professora de música, então com 24 anos (quando ele tinha 46). A união com Arminda duraria até sua morte.
Na biografia da nossa artista Tarsila do Amaral, que produziu excepcionais obras de arte (42 pinturas), ela viveu intensa nos relacionamentos e na sua própria arte. Tarsila não se importou em casar-se pela quarta vez. Aos 47, ela juntou as alianças com um homem de 27 anos, Luiz Martins, escritor e jornalista, com quem viveu por 18 anos.
Deus concede por graça a vida imortal e também o livre-arbítrio, e a vida dos outros é dos outros, não podemos controlar e sim amá-los e respeitá-los.

1) Emmanuel (Chico Xavier) – Mãe – O Clarim.