4 º Domingo da Páscoa “Domingo do Bom Pastor”

O Evangelho nos apresenta Cristo como o “Pastor modelo”, que ama suas ovelhas de maneira desinteressada e gratuita, sendo capaz de dar a vida por elas. As ovelhas sabem que podem confiar totalmente n’Ele, pois Ele não busca o próprio bem, mas o bem de seu rebanho. Para pertencer ao rebanho de Jesus é primordial a disponibilidade para “escutar” as propostas que nos apresenta e segui-lo no caminho do amor e da entrega.
O adjetivo “bom” entende-se como “modelo”, “ideal” – “Eu sou o modelo de pastor, o pastor ideal”. Ele nos explica que o pastor modelo é aquele que é capaz de se entregar, entregar a própria vida para dar a vida às suas ovelhas, faz um paralelo entre as duas figuras de pastor: o pastor mercenário e o verdadeiro pastor. O que difere o verdadeiro pastor do pastor mercenário é a atitude diante do lobo. O lobo representa tudo aquilo que põe em perigo a vida das ovelhas: os interesses dos poderosos, a injustiça, a violência, o ódio do mundo.
O pastor mercenário, o rebanho não é dele, ele não ama as ovelhas que lhe foram confiadas, tem a função de dirigir o rebanho, mas a sua ação é sempre norteada por uma lógica de egoísmo, e interesse.
Por isso quando sente que há perigo, abandona o rebanho à sorte, pensando em salvar os seus interesses egoístas e a sua posição.
O verdadeiro pastor é aquele que presta seu serviço por amor e não por dinheiro; não está interessado em cumprir seu contrato, mas sim que suas ovelhas possam ter vidas e vida em abundância, arrisca tudo em benefício do rebanho, estando disposto a dar a própria vida por essas ovelhas que ama.
Jesus é o modelo do verdadeiro pastor, conhece as suas ovelhas, tem com cada uma relação pessoal e única, ama, conhece seus sofrimentos, sonhos e esperanças. Quando estão em perigo jamais as abandona, mas é capaz de dar a vida por elas. Ele explica quem são suas ovelhas e quem pode fazer parte do seu rebanho, deixa claro que a sua missão não se encerra nas fronteiras, mas é uma missão universal, que se destina a dar vida a todos os povos da terra.
O que é decisivo, para integrar a comunidade de Jesus, é acolher a sua proposta, aderir ao seu projeto e segui-lo.
O evangelho deste domingo diz- nos que o “Pastor” por excelência é Cristo, em quem devemos confiar, é a volta Dele que devemos nos juntar, são as suas indicações que devemos seguir. O nosso Pastor de fato é Jesus Cristo ou temos outros pastores que nos arrastam e que são as nossas referências? O que é que nos conduz: Jesus Cristo? A voz da opinião pública, o programa de TV de maior audiência? O comodismo, o triunfo profissional a qualquer custo?
No rebanho de Jesus não precisa de convite especial, nem há um número restrito de vagas. A proposta de salvação que Jesus nos faz destina-se a todos sem exceção, o que é decisivo para entrar é escutar a sua voz, aceitar as indicações, tornar-se discípulo, seguir realmente a Jesus, aderir ao seu projeto de salvação, percorrer o caminho que Ele percorreu, entregar-se totalmente ao projeto de Deus e doação total. Estamos verdadeiramente dispostos a seguir o nosso Pastor no verdadeiro caminho do dom da vida, ou estamos convencidos que esse caminho é apenas um caminho de derrota, que não leva aonde pretendemos ir?
Para que possamos distinguir a voz de Jesus de outros apelos, de propostas enganadoras que não nos conduzem à vida plena, é necessário um permanente diálogo íntimo com Jesus, com a sua palavra, e a participação ativa nos sacramentos.
Neste domingo somos convidados a rezar pelas vocações. Peçamos a Jesus Cristo para que Ele dê a sua Igreja pastores que procurem conhecer cada vez melhor os homens, amá-los e conduzi-los ao verdadeiro caminho da salvação.