13º Domingo do Tempo Comum

A liturgia de hoje sugere que Deus conta conosco para intervir no mundo, para transformar e salvar o mundo; e convida-nos a responder a esse chamamento com disponibilidade
A primeira leitura apresenta-nos um Deus que, para atuar no mundo e na história, pede a ajuda dos homens; Eliseu (discípulo de Elias) é o homem que escuta o chamamento de Deus, e parte generosamente ao encontro dos projetos que Deus tem para ele. O relato da vocação de Eliseu, não é uma situação excepcional, que acontece a alguns privilegiados; mas é a história de cada um de nós e dos apelos que Deus nos faz, no sentido de disponibilizarmos para a missão que Ele quer nos confiar. Estou atento aos apelos de Deus? Tenho disponibilidade, entusiasmo e generosidade para me empenhar nas tarefas a que Ele me chama?
A segunda leitura diz aos discípulos que o caminho do amor, da entrega, do dom da vida, é um caminho de libertação. Responder ao chamado de Cristo, identificar-se com ele e aceitar dar-se por amor, é nascer para a vida nova da liberdade. As palavras de Paulo são um verdadeiro convite à liberdade. Para ele a verdadeira liberdade consiste em viver no amor. O que nos escraviza, nos limita e nos impede de alcançar a vida em plenitude é o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência. Só é verdadeiramente livre aquele que se liberta de si próprio e vive para se dar aos outros. È o Espírito que alimenta, dia a dia, essa vida de liberdade, de amor que gerou em nós a partir da nossa adesão a Cristo. Viver na escravidão é continuar a viver uma vida centrada em si próprio; viver na liberdade, segundo o Espírito, é sair de si e fazer da sua vida um dom, uma partilha.
O Evangelho apresenta o caminho do discípulo, o qual deve ser percorrido no amor e na entrega, sem fanatismos e no respeito absoluto pelas opções de cada um.
A primeira lição de Jesus ao longo desta caminhada vai para a atitude que os discípulos devem assumir face ao ódio do mundo. Tiago e João pretendem uma resposta agressiva, que retribua na mesma moeda; mas Jesus avisa que o seu caminho não passa e nunca passará pela imposição da força, pela violência; é no dom da vida e não na prepotência e na morte que se realizará a sua missão.
A nós, discípulo de Jesus é proposto que o sigamos no caminho de Jerusalém, nesse caminho que conduz à salvação e à vida plena. Trata-se de um caminho que implica a renúncia a nós mesmos, aos nossos interesses, ao nosso orgulho, e um total compromisso com a cruz.
O caminho do discípulo é um caminho exigente, que implica um dom total ao reino. Quem quiser seguir Jesus, não pode pensar nas vantagens ou desvantagens que isso lhe traz, nem nos interesses que deixou para trás.
O que em nossa vida ainda nos impede de concretizar um compromisso total com o Reino e com esse caminho do dom da vida e do amor total?

Mariângela da Graça Nascimento Capóssoli Stênico