UM BRILHO DE ESPERANÇA

O garoto pobre tanto apanhou que aprendeu a lutar e, enfim, venceu.
Iniciou-se uma nova luta, que se deu em outro cenário, no qual se negociam interesses e se fazem as apostas em novas promessas.
Não iludido, mas movido pela solidariedade, ele se entregou.
Sem que se desse conta, foi a pouco e pouco perdendo sua força. A luta passou a ser desigual, transformou-se num vale-tudo, embora apenas de um lado, somente contra o seu lado.
Vem o golpe. Ele se vê praticamente perdido, mas tem a consciência de que não é legal. O juiz, no entanto, não intercede, não interrompe.
Os apostadores tentam recuperar suas apostas, mas como? Apostando agora na derrota, movidos por lucros!
O técnico observa, sem reação, com um desejo incontrolável de entrar na luta. Sabe, porém, que não é assim.
E agora, qual o caminho? Voltar à rua e usar as antigas técnicas simplistas de luta? Implicaria a ausência das apostas e o distanciamento das luzes ofuscantes dos interesses midiáticos.
Pobre garoto, que tanto lutou, cresceu, viu e viveu um sonho que, para muitos, para tantos, tornou-se realidade.
Em seus olhos, em lugar da derrota, o brilho da esperança, a mesma esperança que outrora houvera transformado seu suor e seu sangue na vitamina que nutriu o garoto pobre e criminalizado durante seu sofrimento e o levou à vitória.
Não, ele não sairá derrotado. Ele retornará. Vivo, revigorado, ainda mais fortalecido!