Semana Nacional da Família – Amor familiar, vocação e caminho de santidade! As bem-aventuranças.

O Bispo Dom Ricardo Hoepers, de Rio Grande (RS) escreveu na apresentação do subsídio da Semana da Família – Hora da Família: “Somos todos convidados a trilharmos o caminho da santidade.
A Família Humana, na Casa Comum, está vivenciando intensamente a experiência inquieta de uma pandemia que vem nos ensinando sobre nossos limites e sobre nossas superações”.
Nesse contexto, os encontros da Semana Nacional da Família nos convidam a refletir sobre as Bem-Aventuranças, na busca por uma convivência mais Santa, na Família e em comunidade:
-“Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. Quando o Filho de Deus Se fez homem, escolheu um caminho de pobreza, de despojamento.
Como diz São Paulo, na Carta aos Filipenses (2, 5-7): “Tende entre vós os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus: Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servo e tornando-Se semelhante aos homens”. Nessa bem aventurança, a palavra ‘feliz’ ou ‘bem-aventurado’ torna-se sinônimo de ‘Santo’, porque expressa que a pessoa fiel a Deus e que vive sua Palavra, alcança, na doação de si mesma, a verdadeira felicidade.
-“Felizes os mansos, porque possuirão a terra”. Ser manso é ser delicado com todos, é ser atencioso, compreensivo, não levantar a voz.
Especialmente é preciso ser manso com os pobres, os fracos, os doentes, aqueles que por causa de sua posição de inferioridade na sociedade, são tratados com desprezo e sem atenção. Mansidão não é sinônimo de fraqueza ou de covardia.
Ao contrário, é uma virtude divina. Deus, sendo Todo-Poderoso é manso.
O Papa Francisco faz um convite para reflexão sobre o chamado à santidade que cada pessoa e as famílias recebem, para que esse caminho seja percorrido no cotidiano, sempre tendo os Santos como exemplos de pessoas que fizeram escolhas e souberam vivê-las.
-“Felizes os que choram, porque serão consolados”. Podemos aqui imaginar o sentimento do apóstolo Pedro por ter negado a Jesus, ou na multidão de pessoas que, escutando Pedro no dia de Pentecostes, “ficaram emocionadas até ao fundo do coração”.
Chora-se pelo mal feito ou pelo bem omitido, e por ter traído a relação com Deus. Entristece-nos o pensamento do bem que deixamos de fazer.
Chora-se por não ter correspondido ao Senhor que tanto nos ama. Mas Deus é misericordioso, por isso, temos que refletir que o choro pode ser a porta aberta para a Salvação, quando colocamos Cristo como centro de nossas vidas, em nossas famílias.
Devemos ser consolo para os que choram, assim como o próprio Jesus nos foi dado por Deus, para nos salvar das angustias e do sofrimento do pecado.
Não nos cabe, como família cristã, esconder ou mascarar a realidade, saber chorar e saber chorar com os outros, isso é santidade.
-“Felizes as famílias misericordiosas, com fome e sede de justiça”. A justiça de Deus é que se faça a sua vontade e sigamos os seus mandamentos.
O “poder” que nos é dado como atributo Divino, é traduzido em “poder ser”, “poder fazer”.
Temos que crescer em espiritualidade na família e em comunidade, para que sejamos seres humanos que usam da misericórdia de Deus na busca por justiça e na busca por transformar o mundo.
Quando nós cristãos católicos, nos comportamos debilitando o “bem” pelo comodismo, nós fortalecemos o mal. Sejamos sedentos por valores, por justiça e por amor ao próximo.
-“Felizes os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia”. Essa é a promessa de Jesus para todo aquele que praticar boas obras em beneficio do próximo, principalmente quando o próximo mais precisar. Isso também se refere à nossa capacidade de perdoar quando formos ofendidos e injustiçados, pois é no amor e cuidado ao próximo que conseguiremos experimentar a misericórdia de Deus.
Não é difícil de entender o que Deus quer de nós, mas sabemos que é difícil aplicar tal missão, pois nossa condição humana e por vezes, a pouca fé, nos fecha o coração.
Não permitamos que o cansaço e as tarefas do dia-a-dia nos impeçam de sentir o próximo, o irmão, o amigo e a nossa própria família.
-“Felizes os puros de coração, porque verão a Deus”. A pureza de coração é parte essencial do caminho de santidade.
Os nossos corações podem apegar-se a tesouros verdadeiros ou falsos, podem encontrar um repouso autêntico ou então atormentar-se, tornando-se magoados e acomodados.
O bem mais precioso que podemos ter na vida é a nossa relação com Deus, e a maneira mais eficaz de purificar nosso coração é rezar e vivenciar o Sacramento da Reconciliação e da Comunhão, pedindo que Deus ilumine a nossa consciência e nos dê discernimento para reconhecer as impurezas que nos afastam Dele.
-“Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus”. A concepção sobre a realidade nos dias de hoje, nos mostra um mundo cheio de violência, de vários aspectos.
Diante disso, nos cabe uma pergunta: o que é “Paz”? Será somente a ausência de guerra? No tempo em que vivemos, onde o ódio, a violência, os crimes, a guerra e tantos outros males estão cada vez mais presentes nos mais diversos povos e culturas em todo o mundo, e até mesmo nos lares, somos convidados a meditar sobre este ensinamento e, ao mesmo tempo, sobre essa promessa de nosso Senhor Jesus Cristo.
Todos os corações podem ser atormentados pelas adversidades da vida, mas aqueles que estão em Deus e que esperam em Deus e transmitem Sua Palavra, permanecerão pacíficos.
Ser pacífico envolve mais do que moderação, a pessoa pacífica toma a iniciativa de ser amigável e promover a paz àqueles com quem convive.
Que possamos refletir sobre as Bem-Aventuranças para buscarmos o caminho da Santidade em Família e em comunidade.
Como nos pediu o Santo Padre o Papa Francisco, que possamos como Famílias Cristãs, batizadas, vivenciar o amor e a Santidade dentro de nossas casas, para assim, estarmos prontos a servir as pessoas que ainda buscam conhecer Jesus e viver esse caminho.

Pastoral Familiar – Paróquia de São João Batista