No deserto com o Cristo

Nos próximos meses de março e abril, católicos do mundo inteiro se prepararão para uma das semanas mais importantes de todo tempo litúrgico: a Semana Santa.
Este momento nada mais é do que reviver e fazer memória de toda experiência de entrega de Jesus na Cruz – desde Sua agonia, vivenciada no Monte das Oliveiras, até seu triunfo, dado no Domingo de Páscoa.
Como todo grande evento requer uma preparação, tal semana não é feita de outra forma: quanto mais preparadas as pessoas estiverem, mais poderão aproveitar de tal comemoração – fazendo com que o Cristo ressuscitado adentre também cada casa, família e coração.
As Sagradas Escrituras apontam, através dos evangelhos, que antes de toda entrega de Cristo em sua Paixão, Ele passou por aproximadamente quarenta dias no deserto, praticando jejum e oração, a fim de se preparar para o que estava por vir.
Trazendo um paralelo para os dias atuais, os cristãos são convidados a reviver este tempo de “deserto”, nomeado assim de Quaresma: as imagens de santos ficam cobertas, as cores escuras predominam nas Igrejas, os templos possuem cânticos não tão alegres e os corações se colocam em estado de contemplação, de forma que tudo gire em torno do jejum, da oração e da caridade, da mesma forma que Cristo fizera há 2 mil anos atrás.
O deserto se faz presente na vida do fiel, mas não através de horas caminhando embaixo do Sol, mas sim em forma de aridez, para assim como o Mestre, se prepararem para uma grande primavera com Cristo.
O caminho destes quarenta dias de espera, jejum e oração muitas vezes pode ser mais doloroso do que aparenta ser.
Algumas vezes a tentação pode vir a tona, outras vezes a dúvida e, talvez o sentimento de solidão também se encontre com o coração do homem que busca esse momento de reflexão espiritual.
Ora, se até mesmo o Cristo – sendo Deus – fora tentado, por que Suas criaturas (os homens) não seriam também?
Mesmo sabendo de todos estes problemas e embates que podem vir à tona, a opção por abraçar o tempo de deserto e reflexão que Cristo propõe ao homem continua valendo a pena: neste tempo especial a Igreja terrena – vivenciada pelos homens – continua sendo auxiliada pela Igreja triunfante – santos e anjos -, provando mais uma vez que apesar de toda angústia, aqueles que optam em ter Jesus como mestre continuam sendo sempre amparados.
Que façamos uma santa quaresma, a fim de que este momento se torne um tempo propício para reflexão e que, mesmo nas dores, lembremo-nos que se nem a morte O venceu, ninguém O vencerá. Cristo vive e nós triunfaremos junto Dele!