Finados

Nos dias 1º e 2 de novembro celebramos no Brasil, as festas de Todos os Santos e de Finados.
Alguém poderia estranhar e indagar “-Podemos dizer Festa de Finados?”
Por nosso apego à vida e triste sensibilidade com a morte, a frase é chocante. No entanto, como dizia o Professor Flávio de Toledo Pacheco, grande conhecedor dos costumes do nosso interior paulista e seus arredores, era usual o caipira perguntar ao se aproximar o dia 2 de novembro “-Onde vossa mercê vai festar finados?”
Porque era de fato, uma festa para os católicos que vinham para a cidade onde se localizavam os cemitérios, para rezar e homenagear seus mortos. E os encontros de parentes e amigos tornava-se uma festa. Daí o “festar finados”.
Pensando bem, o “festar finados” é no subconsciente, um ato de fé. Os mortos são os libertos da terra para o céu; eles vão ao encontro do Pai Eterno que sempre nos espera para o abraço acolhedor sem fim. O que nos pesa e oprime na morte é a separação. Mas vamos confiar na graça de Deus que nos promete a libertação dos apegos do mundo terrestre acenando-nos com as maravilhas vindouras.
E Deus é fiel no que nos prometeu. Ele tudo dá e só nos pede confiança e amor:
“Amai´vos uns aos outros” é a palavra de vida.
E, quando chegar a hora da despedida que essa hora seja de festa a festa da fé na graça de Deus por toda a eternidade.


Virginia B. de Mattos
Essa reflexão sobre Finados, foi escrita para o último dia de Finados em que nossa amiga dona Virginia ainda estava em nosso meio (2016).