FIDEL CASTRO 1926 – 2016

Advogado por formação
Revolucionário e guerrilheiro por convicção
Comunista por escolha
Ditador autoritário por vocação
Assassino por natureza.
Esse era Fidel, o último grande líder do séc. XX, que em janeiro de 1959 derruba a ditadura corrupta de Fulgêncio Batista, que era apoiada pelos Estados Unidos e implanta o regime socialista na ilha de Cuba.
Nacionaliza todas as propriedades privadas, inclusive as empresas americanas que dominavam a economia, realiza uma ampla reforma agrária e torna o pequeno país um regime comunista.
Esse rompimento irrita os americanos pois os mesmos comandavam um dos setores mais progressistas cubano – o açucareiro. Afastada dos Estados Unidos e, em plena guerra fria, Cuba se aproxima da antiga União Soviética que vê aí uma oportunidade de transformar a ilha numa base avançada e, melhor ainda, como ponto estratégico muito perto do continente americano.
Esse movimento quase nos leva a uma guerra nuclear com a crise dos mísseis em 1962 e isola ainda mais Cuba dos outros países capitalistas.
Cuba passa a ser tratada como uma propriedade particular de Fidel e seus companheiros, mas esse não admite nem mesmo que outros revolucionários desfrutem do mesmo holofote que o seu e procura afastá-los do poder central.
Esse é o caso de Camilo Cienfuegos, o 2º no comando após Fidel, que desapareceu em circunstancias misteriosas num acidente aéreo apenas 10 meses após a tomada do poder.
Castro governa com poderes totais, imperiais e mão de ferro. Sua administração é muito fraca em certos aspectos, mas realiza uma revolução na educação e na saúde que tornam a ilha um modelo a ser seguido.
Todos tem ensino e saúde gratuitos. Promove uma vasta perseguição aos que são contra sua forma de agir, matando dezenas de milhares no “paredón”, prendendo outros tantos e fazendo com que uma multidão fuja para Miami onde se concentra hoje a maior parte dos refugiados do regime.
Tive a oportunidade em 2011 de visitar turisticamente Cuba. O que vi não me animou em nada. É uma país muito pobre, suas casas em completo abandono e deterioradas, sistema de transporte quase nulo e em péssimas condições. Além do mais o país é dividido em dois: um para o povo cubano e outro para os turistas.
Nós turistas tínhamos livre transito no país, mas nossa moeda era o euro enquanto que os nativos não tinham acesso a essa moeda e sobreviviam do CUP – Peso Cubano – muito desvalorizado e não utilizado pelos turistas.
Para nós existe o CUC que é o peso cubano conversível e, cuja taxa de conversão era e é na paridade; isto é, 1 para 1.
Note-se que os nativos não tem acesso ao euro e sobrevivem num mundo irreal onde tudo é controlado pelo estado.
Pior que isso é que o povo cubano não tem acesso a certos lugares, seja por simples proibição do estado, como a praia de Varadero onde fomos, ou mesmo por absoluta incapacidade de pagar pelos serviços como certos restaurantes famosos da ilha, la Bodeguita, Floridita e mesmo os Paladares os mais populares para turistas.
Isso é muito hilário já que Cuba transformou-se de um quintal dos Estados Unidos para um quintal dos turistas que tem acesso a alguns paraísos.
Avisados por alguns amigos que já tinham visitado a ilha levamos em nossa bagagem produtos raros por lá, tais como sabonete e shampoos que serviam de gorjeta às camareiras que esperavam ansiosamente por tais regalos.
Cuba continua sendo um belo país, com seu povo alegre e musical apesar dos inúmeros problemas e agora resta-nos aguardar para ver o que lhe acontecerá com a morte de seu comandante maior.
Será que valeu a pena sacrificar tanto o povo cubano para ter uma educação e saúde muito boas, mas sem a liberdade tão fundamental às nossas vidas?
A essa pergunta somente a história poderá responder, mas em minha opinião foi um preço alto demais e a história não lhe perdoará, assim como não perdoou outros líderes comunistas do séc. XX, tais como: Mao e Stalin.

DEZEMBRO DE 2016