Espaço Corporativo – O que sua empresa tem comparável a escola de samba?

Nessa semana, saímos de uma festividade bastante comemorada por muitos brasileiros, o carnaval. Quando reparamos essa festa associada ao mundo corporativo, podemos gerar algumas reflexões e aprendizados.
Além de esbanjar alegria e samba no pé, os carnavalescos precisam seguir regras rígidas que serão analisadas por uma comissão julgadora. No desfile do Rio, o maior do país, as escolas de samba são avaliadas por 40 jurados escolhidos pelo presidente da Liga Independente das Escolas de Samba. Esses jurados são divididos em grupos de quatro para cada um dos dez quesitos avaliados. Nas empresas de modo geral, somos avaliados pelas nossas atitudes e pela nossa performance. O bom humor é uma competência bastante analisada quando fazemos uma entrevista e acompanhada se somos de alguma forma um profissional que contribui para que tenhamos um bom ambiente de trabalho. Os nossos resultados são avaliados de maneira formal e informal ao longo do tempo que permanecemos trabalhando.
As regras determinam, entre outras coisas, que o desfile deve durar de 65 a 80 minutos (desconta-se 0,2 ponto por minuto a mais ou a menos). A bateria tem de ter pelo menos 200 ritmistas e a ala das baianas, 100 integrantes (a escola perde meio ponto em cada quesito se esses números forem menores). Devem desfilar de cinco a oito carros alegóricos e a comissão de frente precisa ser composta por dez a 15 pessoas (mais ou menos que isso vale 1 ponto a menos em cada item).
Uma falta grave é desobedecer ao item que proíbe mestre-sala, porta-bandeira, mestre de bateria, puxador e comissão de frente de participar de outro desfile, mesmo fora do estado. A mancada pode tirar até 2 pontos da agremiação e suspender o infrator por três anos.
Nas empresas de modo geral somos direcionados por regras, procedimentos, metas e objetivos. Somos também direcionados pelos números que temos que alcançar, considerando o quadro de funcionários que está determinado e que a cada dia somos desafiados a fazer mais resultados com menos recursos. A liderança, ou o responsável pelos projetos muitas vezes, são a comissão de frente que ditam como às coisas devem acontecer e será que esses estão preparados? Somos direcionados pelas regras e se essas não forem cumpridas, podemos ter às respectivas penalidades.
Além de tudo isso é muito importante que haja sincronia da bateria, pois é observada a manutenção da cadência da bateria, além da harmonia dos sons dos instrumentos. Geralmente, os instrumentos leves (tamborim, agogô, pandeiro, cuíca) vêm na frente dos pesados (caixas e surdos). Na empresa temos que analisar quais situações e tarefas vem primeiro que a outra para que tudo seja entregue da melhor forma possível, como menor tempo, realizado pelas pessoas que estejam melhores capacitadas, com menor custo e que as hierarquias sejam respeitadas.
E a harmonia?
Verifica-se se os integrantes da escola acompanham o puxador do samba. Uma falha comum é o “atravessamento do samba”, quando partes da escola cantam trechos diferentes da música. Na empresa temos que cuidar da comunicação, pois todos precisam chegar ao mesmo objetivo e a comunicação entre às pessoas precisam ser eficientes. Além de ter uma liderança que determine o que precise ser feito da forma mais harmoniosa, e que acima de tudo promova um ambiente de engajamento e motivação. É muito importante se apaixonar por aquilo que faz, fazer com prazer e não apenas ser mais um trabalho que você faz para seu sustento. A emoção é passada na medida do quanto gostamos daquilo que fazemos e qual o significado que colocamos diariamente naquilo que fazemos.
Para isso é importante o conjunto, no desfile a coesão precisa prevalecer e na empresa o todo trabalhe de forma sincronizada e eficiente.
Na sua empresa, se você fosse comparado a escola de samba, você estaria finalista entre as campeãs?