Você já ouviu falar sobre a Indústria 4.0? Peço licença a quem já tem clareza sobre este conceito para fazer algumas considerações sobre o assunto.
Como chegamos até 4.0? A primeira Revolução Industrial ocorreu a partir da criação dos teares mecânicos e das máquinas a vapor, provocando mudanças sociais e econômicas até então nunca vistas no planeta. A segunda Revolução Industrial decorreu do uso intensivo dos derivados do petróleo e da energia elétrica. Já a terceira Revolução Industrial desponta no início dos anos 1970, com o desenvolvimento da eletrônica, da computação e robótica nos processos industriais.
A quarta Revolução Industrial (ou Indústria 4.0) floresce nos dias de hoje. Tem como características principais a interação frenética e intensa dos ambientes físicos e cibernéticos, com a descentralização dos processos industriais e da chamada “internet das coisas”. A denominação “Indústria 4.0” foi utilizada publicamente, pela primeira vez, na famosa Feira de Hannover (Alemanha) em 2011, decorrente de um projeto do governo alemão voltado para o desenvolvimento de tecnologias.
Em 2013, na mesma Feira de Hannover, foi divulgado o primeiro trabalho sob a denominação Indústria 4.0, cujo ponto central reside na criação de redes inteligentes (ao longo de toda a cadeia de valor) a partir da conexão de máquinas, sistemas e demais ativos das empresas. Em suma, as indústrias 4.0 terão a capacidade e autonomia para prever falhas nos processos, providenciar manutenções e adaptar-se rapidamente às mudanças decorrentes do dinamismo da vida (não planejadas pela produção).
Algumas das principais contribuições da nova indústria para a sociedade são:
a) Conexão em rede de objetos físicos, veículos, máquinas e ambientes por meio de dispositivos, permitindo coleta e troca de dados e informações. Tal contribuição é denominada “Internet das Coisas”.
b) Viabilidade e segurança nos processos de interação com sistemas informatizados. Grande avanço na conectividade para que as operações e os processos aconteçam satisfatoriamente.
c) Utilização em massa de bases de dados, conseguindo capturar, processar e gerenciar tais conteúdos que permitam gerar conhecimento para tomadas de decisão mais consistentes.
A primeira e definitiva conclusão sobre o assunto: é preciso adaptar-se rapidamente às mudanças. Uber, comércio eletrônico, robotização da produção, inteligência artificial, casas inteligentes, hiperconectividade, veículos sem motoristas, bitcoins já estão por aí. Outras inimagináveis aplicações inovadoras estão por vir.
A Endeavor (organização sem fins lucrativos que tem por missão “multiplicar o poder de transformação do empreendedor brasileiro”), divulga todo ano o ICE (Índice de Cidades Empreendedoras) levando em conta sete pilares básicos: Inovação, Infraestrutura, Mercado, Capital Humano, Acesso a Capital, Ambiente Regulatório e Cultura Empreendedora). Na divulgação do índice referente ao ano de 2016, esta Entidade indicou Campinas como a terceira cidade com maior ICE do país (ficando atrás apenas de São Paulo/SP e Florianópolis/SC). Significa dizer que as empresas da Região Metropolitana de Campinas podem contar com melhores condições para criar, desenvolver, produzir e comercializar no novo ambiente de negócios criados pela Indústria 4.0. Trata-se de um enorme desafio, que envolve riscos. No entanto, muitas oportunidades serão geradas.
Para não perder o costume, reservo a pergunta final aos prezados leitores: como estamos considerando tais mudanças em nossos planos futuros?
