Espaço Corporativo – Análise de Valor

Há muitos anos venho aplicando a utilização dessa metodologia. É evidente que a tenho adaptado às inovações e novos conceitos, porém ela se mostra extremamente oportuna e valiosa.
Em tempos de dificuldades e necessidades de adaptações aos atuais cenários, se mostra eficiente se aplicada adequadamente.
Essa metodologia foi criada nos anos 50 pelo americano Lawrence Miles e consiste basicamente em decompor um produto ou serviço em suas funções principais propiciando em seguida, delinear as soluções mais apropriadas para aumento da produtividade, resultados mais expressivos, redução nos custos, etc. Esse conceito deu origem às noções de cadeia de valor intensamente buscada nos tempos atuais.
Iniciei a aplicação desse conceito nos anos 80 quando tive a oportunidade de avaliar negócios buscando maior efetividade nos produtos e serviços, como também possibilitar reduções sensíveis na cadeia de produção dos mesmos. Para exemplificar sua aplicação podemos usar um caso prático do dia a dia de qualquer um de nós.
Por exemplo, para o que serve uma caneta? Muitos diriam “serve para escrever”. Porém utilizando-se desse conceito, poderíamos afirmar que a caneta, a princípio, serve para “marcar o papel”. Sendo assim, poderíamos usar qualquer outro instrumento para marcar o papel, como, por exemplo, um pedaço de carvão, um giz de cera, etc.
Para que se tenha uma dimensão clara do que isso significa, podemos mencionar que quando da corrida espacial disputada entre americanos e russos, os Estados Unidos (USA), gastaram milhares de dólares para desenvolver uma caneta que escrevesse em local sem gravidade. Para essa mesma tarefa os russos levaram um simples lápis. Trata-se de um exemplo bem singular, mas acreditem, pensando da mesma forma, podemos aplicar para muitos outros exemplos.
Há alguns anos, tive a oportunidade de participar em uma multinacional, de um projeto envolvendo um produto consolidado que estava perdendo mercado ao seu concorrente menos expressivo. Depois de várias horas de análise, constatou-se que o produto que perdia mercado, era de excelente qualidade e durabilidade, mesmo assim o mercado se mostrava favorável ao concorrente menor em função do preço de venda.
Após análises e revisões, concluímos que o material utilizado pelo concorrente estava mais adequado ao produto, dando ao mesmo a durabilidade necessária ao seu tempo de vida. Resumindo, o tempo médio de uso do produto era normalmente de seis meses a um ano.
Por outro lado, o produto em análise da multinacional – líder de mercado provou em seu laboratório de qualidade, ter comprovado tecnicamente uma durabilidade de aproximadamente cinco anos.
Uma vez constatado esse fato, e tendo em vista que o produto não teria utilização pelo tempo certificado, a direção da empresa trocou a matéria prima utilizada ajustando-o à necessidade do produto em seu tempo de vida útil, e com isso, reduziu os custos mantendo-o adequado e ajustado. Consequentemente recuperou pelo novo preço praticado a garantia da permanência no topo do mercado.
Sempre que possível, busco em minhas revisões e planejamentos procurar realizar essa atividade tão importante. Não se aplica somente ao mundo corporativo e sim ao dia a dia de todos nós.
Essa análise se mostra extremamente necessária nos difíceis tempos atuais. Consiste em se descreverr o que se espera e aí determinar o que se necessita especificamente. Posso garantir que tem larga aplicação, se realizada de forma estruturada e disciplinada.
Trago aqui uma reflexão: Você tem realizado uma efetiva análise de valor quando tem uma necessidade a ser atendida? Você avalia todos os recursos necessários para atendimento dessa necessidade (produtos ou serviços)? Você tem buscado ajustar os valores a serem disponibilizados na obtenção dos objetivos traçados? Reflitam sobre isso, com certeza terão grandes soluções. Sucesso, saúde e paz a todos!