Duas Bênçãos de Deus em nossas vidas

Creio muito que recebemos por graça de Deus duas bênçãos.
A primeira é a bênção da vida. Desde que criados por Deus em Sua infinita doação de vida, viveremos para sempre, quer dizer, somos imortais e vamos crescendo a cada dia.
Portanto, morte é vida.
Assim, o suicídio também não é morte, pois haverá continuidade, e não interrupção – ninguém morre, apenas muda de dimensão.
Porém, o suicídio tem suas graves consequências.
A segunda graça é o livre-arbítrio que recebemos do Pai celestial.
Somos livres para fazer nossas escolhas e responsáveis por esses caminhos, tornando-nos escravos do destino que construímos.
Somos os arquitetos da nossa vida, do presente e do futuro.
Hoje, colhemos o que plantamos ontem, e no futuro teremos o resultado do que semeamos hoje.
Portanto, a vida é sempre o fruto de nossa própria escolha.
Aqui na Terra estamos escrevendo um novo livro.
Contamos novamente com o instrumento do livre-arbítrio, e o preenchemos com nossa liberdade e (ir)responsabilidade.
Naquele momento dramático da vida de Jesus, quando era preso pelos soldados de Herodes e dos sacerdotes do templo judaico, ele se manteve em serenidade e em equilíbrio, dizendo para o apóstolo pescador: “Pedro, embainha tua espada, porque quem com a espada fere, com a espada será ferido”.
Quer dizer: você tem a liberdade, mas ela tem suas consequências.
Você escolhe e torna-se cativo de suas escolhas todos os dias.
Estamos aprendendo com os bons espíritos o uso da liberdade, e se realmente amamos aqueles que compartilham conosco a estrada, auxiliemo-los a serem livres para encontrarem a si mesmos, da mesma forma que desejamos a independência própria para agir e sermos nós mesmos, em qualquer lugar.
Outra recomendação da espiritualidade para nosso bem-estar é que respeitemos os adultos em suas escolhas, porque eles são responsáveis e devem ser livres nas próprias ações, tanto quanto desejamos ser livres em nossas ideias e realizações.
Se queremos ser felizes, concedamos a liberdade para os outros; motivo de infelicidade é querer controlar a vida alheia, e sabiamente o filósofo e escritor francês Montesquieu disse: “A liberdade é um bem tão apreciado que cada qual quer ser dono até da alheia”.
A vida é feita de escolhas, somos sempre livres para decidir o que é melhor para nós – a riqueza da consciência tranquila ou o amargor da atitude impensada.
Assim, todo homem nasceu livre e, por toda parte, encontra-se acorrentado às suas ações.
Para finalizar, dois pensamentos de grande significação sobre o livre-arbítrio. Mahatma Gandhi disse certa vez: “A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência”.
E o músico inglês John Lennon poetizou dessa forma: “Amo a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres. Se elas voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem, é porque nunca as possuí”.

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor da Editora EME