DOMINGO DE RAMOS “BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR”!

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O domingo de Ramos é a porta de entrada para a Semana Santa! Para nós católicos, a semana Santa é um tempo forte, em que a Igreja nos convida a revivermos os últimos passos de Jesus aqui na terra.
É um tempo oportuno para retomarmos a prática da nossa opção de vida, de firmar os nossos passos no exemplo de Jesus, tornando-nos parecidos com Ele!
A liturgia deste domingo de Ramos, nos faz entrar no mistério do amor do Pai, nos prepara para vivenciarmos de maneira intensa, livre e amorosa, o acontecimento mais importante do ano litúrgico, a vitória da vida sobre a morte: A PÁSCOA DO SENHOR JESUS!
– Procissão – Evangelho (Mc 11,1-10) A entrada do Filho de Deus na cidade de Jerusalém foi na verdade, uma grande provocação, um ato revolucionário, de quem está disposto a tudo, disposto a enfrentar, satirizando o poder dos reis e os hipócritas vestidos de religiosos da época.
– 1ª. Leitura (Is 50,4-7) Vamos ouvir trecho de um poema escrito cerca de quinhentos anos antes de Cristo. Fala de alguém que vence a violência, sendo vítima da violência e resistindo, sem praticar violência e sem se sentir derrotado. Vemos a realização disso em Jesus.
– Salmo (22 [21],8-9.17-18a. 19-20.23-24) O Salmo é a oração de alguém que viu a morte de perto, mas salvou-se e agradece a Deus. Nós o cantamos pensando em Jesus.
– 2ª. Leitura (Fl 2,6-11) Segundo Paulo, Adão era imagem ou aparência de Deus, mas quis roubar a igualdade total com Deus. Jesus vence o orgulho e a ganância de Adão, fazendo-se escravo de todos e aceitando a humilhação máxima, a morte de cruz.
– 3ª. L. Evangelho (Mc 14,1-15,47) Este ano lemos a Paixão de Jesus segundo Marcos. Esse Evangelho foi escrito muito próximo da revolução contra Roma.
Os revolucionários eram chamados de “bandidos”. Várias vezes o evangelista fala nos “bandidos”.
O evangelista tem no pensamento os quatro poemas do livro de Isaías, os Cânticos do Servo do Senhor, que falam de um justo e inocente que sofre e é massacrado exatamente por ser justo.
Ele, porém, resiste, fica firme, até que os perseguidores reconheçam seu erro. Ele vence pela firmeza e coerência diante das violências sofridas.
O caminho que percorremos durante a Quaresma, nos aproximou mais de Deus, nos trouxe a certeza de que temos tudo para sermos felizes: temos um Pai que nos ama, que não desiste de nós, que sempre está de braços abertos para nos acolher!
Ao assumir a nossa humanidade, Jesus a assumiu por inteiro, abdicando-se de todas as suas prerrogativas divinas. Não pensemos que foi fácil para Jesus, passar por tamanho sofrimento, mesmo sendo Deus,
Ele não se isentou do sofrimento. Ele poderia ter recusado a cruz, mas não o fez, por amor ao Pai e a cada um de nós. Um amor tão grande, que o fez ir até as últimas consequências para levar em frente o projeto de Deus, uma obediência que resultou na sua morte.
Jesus vem da galileia que dista de Jerusalém cerca de 150 quilômetros. Ele vem em romaria, caminhando com seus amigos e discípulos, maria e as outras mulheres.
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, foi uma maneira forte de proclamar a chegada do Messias, o Rei tão esperado e desejado pelos “pequenos!”
“As multidões que iam à frente de Jesus e os que o seguiam, gritavam: “Bendito o que vem em nome do Senhor”! Tamanha aclamação, provocou ira nos seus adversários, que ao sentirem-se ameaçados de perder os seus tronos, passaram a incitar o povo contra Jesus, na intenção de dar fim a sua pessoa.
Da sua entrada festiva ao desprezo e insultos, foi um passo, o mesmo povo que presenciou a multiplicação dos pães, a cura dos cegos dos paralíticos, a ressurreição de Lázaro, que o aclamaram, se voltaram contra Jesus, quando se deram conta de que Jesus não era o Rei que eles esperavam, ou seja, um Rei com poderes políticos que fosse libertar Israel do poder Romano.
Para recebê lo, a multidão carrega ramos para simbolizar a alegre homenagem que o povo lhe quer prestar. Jesus se apresenta em Jerusalém montado num jumento porque vem trazer a paz.
Não entra montado num cavalo porque não é um Rei guerreiro. Vem como Rei sem exército, simplesmente oferecendo a paz àquela cidade onde, poucos dias depois, encontrará a morte por crucificação. Propõe a paz.
Em troca dão lhe violência. No Evangelho deste Domingo de Ramos é lido o “Evangelho da Paixão”.
A presença ameaçadora do mal, camuflada por semblantes humanos, serpeia através dos fatos; como a traição insensata de Judas, a fraqueza dos discípulos, a implacável hostilidade dos chefes, o consentimento da multidão, a curiosidade escarnecedora de Herodes, a indecisão e o ato de injustiça final de Pilatos e os escárnios sem fim infligidos a um homem que morre.
Ele prenuncia aos seus discípulos que, na Paixão, que já está próxima ele enfrentará a luta entre a vida e a morte, entre o bem e o mal.
Pelo poder do amor de Deus, o poder da morte é destruído, para todo homem e todo tempo. O triunfo da graça sobre a mor e vê se na ambivalência daqueles que são instrumentalizados pelo poder do mal.
O oficial romano e seus soldados que guardavam Jesus, chegam a reconhecer que Ele era mesmo Filho de Deus”.
Nas celebrações da Semana Santa, nós nos comovemos diante das encenações da Paixão e morte de Jesus, achamos uma injustiça o que fizeram com Ele, mas será que nós, não continuamos de alguma forma fazendo o mesmo com Jesus na pessoa do nosso irmão? Será que nós também, não estamos crucificando-O nas nossas atitudes do dia a dia?
Não podemos esquecer de que, todas vezes, que não praticamos a justiça, a solidariedade, que negamos ajuda ao nosso irmão, estamos também crucificando Jesus! E ao contrário, toda vez que praticamos a justiça, que promovemos o outro, estamos ressuscitando Jesus.
Celebrar a Páscoa é celebrar a vida, é resgatar os valores, hoje tão esquecidos, como a fidelidade, a defesa da vida, o respeito humano…
Como verdadeiras/os seguidoras/es de Jesus, devemos estar sempre dispostas/os a enfrentar todo e qualquer desafio para levar em frente a nossa missão de anunciadores do Reino! Carregar a Cruz de cada dia, significa navegar contra a maré, optando pela justiça, pela liberdade, na certeza de que em Jesus, está o nosso Porto seguro, com Ele, a nossa cruz torna mais leve, o nosso sofrimento não é em vão, é o trampolim para a nossa ascensão.
Quiseram eliminar o Rei que entra em Jerusalém montado num jumentinho, se identificando-se com os pobres, que tinha o jumento como único meio de transporte, o Rei que defendia a vida, mas não conseguiram, pois a vida vence, quando se diz “SIM”, ao amor!

DESEJO A TODOS UMA FELIZ PÁSCOA!

FIQUE NA PAZ DE JESUS RESSUSCITADO!


Ir. Vera Lucia Palermo Missionaria Salvatoriana

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