Congregação das Irmãs da Providência Província Nossa Senhora Aparecida Brasil

Memória da Irmã Maria Valeriana do Crucificado (Irmã Valeria)

Irmã Valeriana do Crucificado nasceu em Porcía (Udine) aos 09 de junho de 1910.
Entrou no Instituto das Irmãs da Providência em 22 de março de 1928 e vestiu o hábito religioso como Irmã, aos 10 de abril de 1929. Fez a primeira profissão no dia 1º de maio de 1936.
Veio para o Brasil em 1935 e faleceu em Capivari – SP – Brasil, em 17 de setembro de 1945, com a idade de 35 anos.

RELAÇÃO DAS IRMÃS DO BRASIL (Na ocasião do falecimento da Irmã)

Doença e morte da nossa querida Madre Valeriana (Valeria)

No dia 31 de agosto de 1945, nossa Irmã foi surpreendida por fortes dores no abdome.
Com a aplicação de medicamentos as dores cederam e no momento não se pensou em consequências. Mais tarde, se repete a manifestação com dores muito agudas.
A Madre Superiora pediu ajuda do Doutor Mário, diretor da Santa Casa que quis visitar a Irmã.
Diagnosticou tratar-se de apendicite, com necessidade de uma cirurgia urgente.
Diante disso, a superiora telefonou logo em Tietê, avisando a Madre Vice, pedindo seu parecer e orações. Esta ficou surpreendida e apreensiva, concordando e pedindo logo orações na Casa “Rosa Mística”.
A Irmã Valeria é operada com dificuldade e com êxito não tanto confortante… O tempo da cirurgia deu logo de pensar em qualquer complicação, porque a doente não sentiu alívio algum, as dores retornaram com e a mesma intensidade, começou a febre, a inquietude, a agitação.
Na parte dolorosa o médico notou que se formava alguma coisa e logo ordenou injeção de penicilina, preparado moderno (novo), e tantas outras coisas para debelar o mal.
Observadas as condições alarmantes da doente, foi consultado e chamado um médico de fama de Campinas; ele decidiu operá-la novamente, deixando aberto o corte com drenagem. Saiu um abundante sangue putrefato, e isto aliviou a dor local, mas iniciou a peritonite, portanto, vômito, distúrbios cardíacos e um complexo de sofrimentos tão graves, sem explicações…
Certos momentos, muito breves, de melhoramento, deram alguma coisa leve esperança de salvar a paciente, mas infelizmente as recaídas eram impressionantes. Foi tentado e aplicado quanto de melhor sugeria a ciência e a arte médica.
Foram feitas tantas suplicas e orações em todas as comunidades; esperava-se uma graça especial, um milagre… Mas Deus dispôs do outro modo.
Os seus decretos são ocultos a nós, que temos vistas humanas.
Quis o sacrifício da caríssima Irmã e o nosso. Ela o aceitou, o sustentou com resignação à vontade divina, se sacrificou generosamente, deu exemplo edificante de abandono completo à Santa Vontade de Deus.
A Irmã Valeria foi assistida com incansável cura pela M.R., Madre Superiora, Madre Gesualda, da Irmã Remigia, mandada para este fim, da Santa Casa de Tietê, pelas Irmãs da comunidade, pelos incansáveis médicos, Dr. Mário de Almeida Aguiar e do Dr. João Stein. Duas vezes de Tietê vieram a Mui Reverenda Madre Vice com a Madre Superiora, a Madre Stellina Grignaschi, todas prestando a assistência , de dia e de noite.
Dado o rápido e estranho curso do mal, exigiu muitos e assíduos cuidados e assistência que foi prestada à enferma admirável dedicação da parte de todos.
Nada valeu para impedir a catástrofe… Deus a quis com Ele, e confiantes acreditamos, que esteja gozando o fruto do seu generoso e total sacrifício feito, e renovado tantas vezes no leito da dor, com grande coragem.
“Madre, dizia, aqui estou na cruz como Jesus! Sofro tanto, sofro tanto, mas procuro sofrer de boa vontade pela nossa amada Congregação, pelas Reverendíssimas Madres, pelas Irmãs, pelas Vocações; quando estiver no Paraíso rezarei tanto para todos, porém, em particular para q ue haja boas e tantas vocações.
De fato, a boa Irmã Valeria, na sua vida distinguiu-se na prática da santa caridade, no amor ao ensinar às Irmãs “aquele pouco que sabia”, como sempre ele dizia. Assim se distinguiu nesta prática no seu ofício de Irmã Enfermeira… bondade, caridade e paciência.
O vazio que deixou em todos aqueles que a conheceram, não se pode descrever em palavras…
Exposto o corpo na Capela, foi uma participação contínua de pessoas de todas as condições e de toda idade. Os funerais foram, pode-se dizer, um triunfo. Todos seguiram o féretro com velas, flores e orações desejando, assim oferecer à querida falecida, o último tributo de amor e de gratidão.
Certamente a nossa caríssima Irmã Valeria e tantas outras que nos amaram em vida, agora, junto ao Trono de Deus, serão nossas protetoras e advogadas…
Nós irmãs e muitas pessoas recebemos graças e favores celestes pela sua intercessão… e sentimos os efeitos de ajuda e de válida proteção.

NOTA – Texto traduzido da Memória da Irmã Valeria, escrita pelas irmãs que a acompanharam em vida, mas principalmente por ocasião de sua morte, em 17 de setembro de 1945, ocorrida na cidade de Capivari-SP.

Colaboração: Dr Walmor Val