A escolha de um nome para um filho pode gerar muitas histórias, reclamações, explicações… é por isso que minha avó, birrenta e sabida, dizia:
- “Se for homem deve ser José, se for mulher deve ser Maria.”
A família Veiga morava pertinho de casa e Seu Veiga, o chefe da casa, adorava livros, bibliotecas… colecionava livros e também filhos. Era tão apaixonado, que sua mania o levou a batizar o mais velho dos filhos como Prefácio da Veiga, o segundo Prólogo, o terceiro Índice, depois Tomo, o Capítulo e por fim Epílogo da Veiga, caçula do casal.
Cada filho tinha sua aptidão: um era bom para fazer pipas e balões, outro jogava bem futebol, outro colecionava coisas interessantes. Era uma família com filhos bons e pais extremosos.
Quando a família saia a passeio, sempre alguém vinha com uma gracinha: “A biblioteca vai passear.”
Dona Odete, a esposa, recebeu o apelido de “A Estante”, sofria por ter tantos filhos homens e não ter uma menina. Fez uma promessa á Santa, se tivesse uma menina, havia de chamá-la de Maria.
A vontade de D. Odete se tornou realidade, engravidou e nasceu uma menina. Seu Veiga não achava mais um nome relacionado a livros para chamar a criança. Só na hora do batizado, o pai foi informado da promessa. Ficou furioso, bufou, esbravejou… era católico, concordou em parte. E assim fez… cumpriu a promessa da mulher e atendeu a sua mania. A garotinha, recebeu o nome de Errata Maria da Veiga.
