Causos – “Cê é gente de quem?”

Agora, na rua XV de novembro… Capivari de antanho… a ponte do rio onde saiam barcas enfeitadas homenageando São João Batista, onde numa dessas procissões, o Leone se afogou.
Á frente o Pontilhão, o Lavapés, o morro do Maschietto e a estrada velha para Rafard.
Á esquerda a saída para Salto, a fazenda do Borba e muitas chácaras: Angelini, Bossolan, Mello, Freguglia…
Á direita a Estação e a Maria Fumaça (está na hora do trem chegar, despertando recordações), após a estação o campo do Capivariano, com o melhor de todos “o Leão da Sorocabana.”
Vamos subir a rua, lá está a agência Chevrolet, a primeira do Brasil, da família Vigoritto, depois a casa do Pelegrini e a pensão do Afonso Henrique que também era bar, armazém.
A alfaiataria dos De Marco, a casa de Themer Assad, uma mistura de sede de futebol, loja e armazém e vizinha da casa dos Macluf, uma família numerosa. O salão do Palamede Chiarini, barbearia, casa de fotografia e salão de ensaio, sempre cheio de amigos.
O José Panza e sua calderaria, a padaria do Quagliato, onde todos procuravam pão e o Chico Nardi saía com o carrinho para entregar nas casas.
Mais um pouco e o comércio variado de Miguel Janota: bar, venda de material de construção, sapataria e até loja de roupas e no meio do quarteirão, a funerária do Jucão.
Estamos agora no Correio Paroquial, jornal semanal e honesto, com a direção de Flávio Stein e a impressão de Quique. Na praça, o cartório de Nhô Pires, o Major Pires de Campos, muito parecido com Rui Barbosa.
Na esquina, o bar do Batista, com cerveja Antártica, bife, rádio ligado e continuando… o Irís ou Cine Teatro São João com o Recreio dos Artistas, a banda tocando na entrada e onde a criançada aos domingos, terminando o catecismo, ia ao Irís para as matinês e na hora do intervalo do filme, tomavam suco de capilé no bar do Arlindo Mateus enquanto na frente, o bar do Luis Colnaghi, cheio de gente, servia pastéis, bebidas, doces. (Continua)