O Leão acordou cismado, precisava verificar se ainda era o Rei das selvas. Tanta modernidade, tanto progresso, a psicologia… as relações de respeito entre os animais já não eram as mesmas. Ele estava certo de sua realeza, mas seria bom verificar. Saber o sabido quando nos é favorável, é um prazer. Ouvir da boca dos outros o nosso valor, é muito bom.
E lá foi ele pela selva. Encontrou um macaco que ao ouvir o rugido, acompanhado da pergunta “Quem é o rei dos animais”. Surpreendido, o macaco tremendo, cheio de pavor, muito assustado, saltou para o galho mais alto da árvore, gritando:” Claro que é o Leão.”
Satisfeito, continuou seu passeio e ao encontrar um papagaio, fez a mesma pergunta. O papagaio que não improvisa, só repete, repetia sem parar: “É o Leão, é o Leão.”
Cheio de si, fez a mesma pergunta a coruja, que muito sábia respondeu:” Sim, és tu.”
E o Leão continuou com passo firme, cabeça erguida… e lá estava o tigre e a mesma pergunta foi feita. O tigre hesitou, tentou não responder, mas o olhar furioso do Leão fez o tigre murmurar um “Sim” mal humorado e arrependido.
Numa grande clareira lá estava o elefante e o Leão perguntou: “Elefante, quem é o Rei das florestas, Imperador, Presidente, dono de tudo.” O elefante o agarrou pela tromba, deu três voltas com ele pelo ar e o atirou contra o tronco de uma grande árvore e foi embora floresta adentro.
O Leão, caído no chão, tonto e machucado, levantou-se murmurando:” que diabo, só porque não sabia a resposta não era preciso ficar tão zangado.”
