CAMINHO PARA A SANTIDADE

Dentre os vários documentos que escreveu durante seu pontificado, no ano de 2018, o Papa Francisco publicou a Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, onde aborda o chamado à santidade no mundo atual.
Logo no inicio do documento, o Papa nos lembra que a santidade não é restrita a um determinado grupo de pessoas: “para ser santo, não é necessário ser bispo, sacerdote, religiosa ou religioso.
Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade esteja reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim.
Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra.”
A busca pela santidade se vive onde estamos inseridos. Dentro de nossas casas e locais de trabalho, junto de nossas famílias e amigos; e em tempos atuais vale a pena acrescentar, dentro de nossos celulares e em nossas redes sociais.
E para ajudar a conquistar a vida santa, o Papa Francisco ainda apresente três elementos que devemos conhecer e praticar a luta, vigilância e discernimento.
Ao falar de cada uma deles, o Papa lembra que a luta não se trata apenas de um combate “contra o mundo e a mentalidade mundana, que nos engana, atordoa e torna medíocres sem empenhamento e sem alegria.
Nem se reduz a uma luta contra a própria fragilidade e as próprias inclinações (cada um tem a sua: para a preguiça, a luxúria, a inveja, os ciúmes, etc.).
Mas é também uma luta constante contra o demônio, que é o príncipe do mal. […] A convicção de que este poder maligno está no meio de nós é precisamente aquilo que nos permite compreender por que, às vezes, o mal tem uma força destruidora tão grande. […]
Então, não pensemos que seja um mito, uma representação, um símbolo, uma figura ou uma ideia. Este engano leva-nos a diminuir a vigilância, a descuidar-nos e a ficar mais expostos.
O demônio não precisa de nos possuir. Envenena-nos com o ódio, a tristeza, a inveja, os vícios. E assim, enquanto abrandamos a vigilância, ele aproveita para destruir a nossa vida, as nossas famílias e as nossas comunidades”.
O papa ainda nos recorda que temos poderosas armas que nos ajudam nessa luta: a meditação da Palavra de Deus, nossa vida de oração particular, a celebração da Missa, a adoração eucarística, a Reconciliação sacramental, as obras de caridade, a vida comunitária, o compromisso missionário. Porém, se nos descuidarmos, facilmente podemos ser seduzidos pelas falsas promessas do mal.
O ultimo elemento dessa tríplice é o discernimento. Onde não se requer apenas uma boa capacidade de raciocinar, mas antes é um dom que é preciso pedir. E quando o pedimos com confiança ao Espírito Santo e, ao mesmo tempo, nos esforçarmos por cultivá-lo com a oração, a reflexão, a leitura e o bom conselho, certamente crescemos nesta capacidade espiritual.
Desse modo, que possamos cultivar em nossas estes elementos tão importantes, para que alcancemos em plenitude a santidade já entre nós.

Pe. Mateus Kerches Nicolucci