“ Anunciar o Evangelho e doar a própria vida” (I Ts. 2,8)

Existem no calendário litúrgico da Igreja, dias dedicados a um ou outro tema necessário à sua caminhada no mundo e em cada país.
No nosso Brasil, o mês de agosto se refletiu sobre as mais diversas Vocações (sacerdotal, familiar, religiosas, leigos).
Após o chamado às diversas vocações, a Igreja nos pede a uma reflexão maior com a Palavra de Deus.
Setembro, então, a Igreja do Brasil, nos pede a preocuparmos com mais intensidade à leitura da Bíblia.Dedicar um mês à Biblia é um hábito em muitos países. No Brasil há muitos motivos para alimentar a programação bíblica em todas as pastorais: grupos reunidos, estudos bíblicos, grupos de reflexão e oração, encontros de comunidade, celebrações, onde a Palavra de Deus é ouvida e vivida por muitos cristãos.
É motivo também de alegria sentir que a Bíblia tornou-se um livro da vida do nosso povo, tão carente e humilde. Ao ler a Bíblia, que não é um livro simples, o povo que a lê, reflete e questiona, descobre que a sua história é semelhante ao povo da Bíblia.
O mês da Bíblia surgiu em 1971 e, a cada ano, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), sugere um trecho específico como tema para reflexões bíblicas.
Este ano, 2017, a escolha caiu sobre a 1ª Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, tendo como tema: “Para que n’Ele nossos povos tenham vida” e como lema: “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida” (I Ts 2,8).
Essa carta de Paulo, é conhecida como o livro mais antigo do Novo Testamento, anterior até mesmo aos Evangelhos. É fruto de um trabalho de equipe: Paulo, Silvano e Timóteo e dirigido à comunidade recém- fundada e perseguida de Tessalônica (atualmente Salônica, Grécia).
Essa carta foi escrita entre os anos 50 e 51 da Era Comum e nessa época, a comunidade ainda não estava organizada e precisava de incentivo para não desanimar, para isso Paulo escreveu essa carta, para confirmar e exortar a respeito da fé, da caridade e da esperança.
É uma carta repleta de amor, alegria e preocupação. Há expressões afetuosas, como a ternura de uma mãe” acariciando os filhos” (I Ts 2, 7) ou “Tratamos cada um de vocês como um pai trata os filhos”(ITs 2, 17).
A vida nesta comunidade era bastante sofrida: a maioria era constituída de escravos. Trabalhadores braçais sem direito à cidadania, sofriam muito com a exploração, a violência e a humilhação.
Esta vida ameaçada também faz parte da realidade da nossa sociedade: pobreza, fome, violência, corrupção, desemprego, má distribuição de renda, desastre ambiental, doença e morte, ameaçam a vida das pessoas. Como no tempo de Paulo, os poderosos de hoje, com sua ganância e ambição, sacrificam a vida humana e a mãe natureza. Vidas ameaçadas!
Para Paulo, o cristão é quem acredita na vida e luta por ela, sem aceitar nenhum compromisso com as estruturas que produzem a morte.
A mensagem de esperança que fica para nós, hoje, é o que está no cap. 5,4-17: “Nós vos exortamos, pois, irmãos, corrigi os indisciplinados, confortai os desencorajados, cuidai dos fracos, sede pacientes para com todos. Vede que ninguém retribua o mal com o mal, mas que buscai o bem entre vós, seja para todos. Estai sempre alegres. Constantemente orai”(5,14-17).


Reflexões do grupo de Estudos Bíblicos que se reúne às segundas-feiras, com o auxílio da Irmã Auxiliadora.

Paróquia São João Batista