Anorexia e a Odontologia

Atualmente, a estética corporal está sendo muito valorizada, levando às pessoas a terem hábitos mais saudáveis em busca de corpos perfeitos.
Porém, infelizmente, existe um comportamento persistente que uma pessoa apresenta em manter seu peso corporal abaixo dos níveis esperados para sua estatura, juntamente a uma percepção distorcida quanto ao seu próprio corpo, que leva o paciente a ver–se como “gordo”. Este transtorno alimentar é chamado de Anorexia. Apesar das pessoas que convivem diariamente notarem que o paciente está muito magro, ele insiste em emagrecer e perder peso.
A pessoa anoréxica costuma usar meios pouco usuais para emagrecer. Além da dieta, é capaz de submeter-se a exercícios físicos intensos, induzir o vômito, jejuar, tomar diuréticos e usar laxantes. A idade média em que surge a anorexia é 17 anos e as mulheres são largamente mais acometidas, entre 90% e 95%.
Os pais devem ficar atentos aos hábitos dos seus filhos jovens e adolescentes.
Distúrbios alimentares podem causar alterações na cavidade bucal através do ato de vomitar; o suco gástrico entra em contato com os dentes, que são mineralizados, provocando a erosão dentária, que é caracterizada pela perda irreversível do esmalte dental, causada por ácidos e/ou quelação química, sem envolvimento bacteriano. A extrema força do ácido clorídrico (HCl), contido no suco gástrico, tem a capacidade de desgastar o esmalte dental, considerado o tecido mais resistente e mais duro do corpo humano. Nesses casos, os dentes não ficam escuros e nem com cavidades, eles se apresentam com uma coloração amarelada, aspecto desgastado e sem brilho, nas áreas em contato com o ácido, podendo também existir o desconforto da sensibilidade.
Portanto, a erosão dental é um fator importante para que o cirurgião – dentista investigue precocemente a presença de transtornos alimentares, realize o tratamento adequado e exerça seu papel no encaminhamento do paciente para um atendimento multidisciplinar.