Ele foi Denizard Hippolyte Léon Rivail, nascido em 03 de outubro de 1804 em Lyon, na França, que se notabilizou como influente educador, autor e tradutor de vários idiomas. Faleceu em Paris quando ia completar os sessenta e cinco anos de idade, no dia 31 de março de 1869.
Denizard era nascido numa antiga família de orientação católica, com tradição na magistratura e na advocacia, e desde cedo, com a propensão para o estudo das ciências e da filosofia, foi ser discípulo de Pestalozzi (pedagogo e educador pioneiro da reforma educacional), em Yverdun na Suíça, onde estudou e também lecionou.
Como educador, o professor Rivail publicou diversos livros na área de educação escolar, usados nas escolas da França, e também exerceu a função de professor lecionando matemática, astronomia, física, fisiologia, retórica, matemática, francês e anatomia comparada.
Entretanto, iria se notabilizar quando participou das primeiras experiências, na Europa, dos fenômenos das “mesas girantes”, tornando-se um dos pioneiros na pesquisa científica sobre fenômenos de paranormalidade relacionado à mediunidade.
Dessas experiências, descobriu o espírito, que nada mais é do que o homem que deixa o corpo físico, habitando então o mundo que nos envolve, o mundo espiritual.
Notabilizou-se por ser o codificador de O Livro dos Espíritos, reunindo os ensinos recebidos pelos espíritos (entre eles estavam Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, o Espírito de Verdade, e santos como São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís e outros).
Criou o neologismo espiritismo, que também denominamos de doutrina espírita (ou dos espíritos, porque foram eles que revelaram essas verdades).
Para diferenciar do seu trabalho como educador e professor, Rivail, inspirado num espírito seu benfeitor, usou o pseudônimo de Allan Kardec, revelação que fora feita a ele de uma sua encarnação na Gália, França, em vidas passadas, como sacerdote.
Por ser o espiritismo uma doutrina genuinamente cristã, os espíritos ditaram uma obra que recebeu o título de O Evangelho segundo o Espiritismo, onde se reuniu apenas a essência dos ensinos de Jesus, sua parte moral.
Allan Kardec, na introdução, fala do Objetivo desta obra:
“Pode-se dividir as matérias contidas nos Evangelhos em cinco partes: os atos cotidianos da vida do Cristo, os milagres, as profecias, as palavras que serviram ao estabelecimento dos dogmas da Igreja e o ensinamento moral.”
“Se as quatro primeiras partes têm sido objeto de controvérsia, a última permanece inatacável. A própria incredulidade se curva diante desse código divino; é o terreno onde todos os cultos podem se encontrar, a bandeira sob a qual todos podem se abrigar, quaisquer que sejam suas crenças, pois nunca foi causa de disputas religiosas, sempre e em toda parte levantadas por questões de dogma”.