Sobre o meu livro “Quatro Figuras”, lançado em fins do ano passado, tenho alguns senões que, aqui, passo a relatar:
Na página no. 61, parte que relato uma sucinta biografia da pintora, houve engano na data da inauguração da herma de Rodrigues de Abreu. Ao invés de 1933, o correto é 1930.
Outros enganos: ela não esteve em Capivari, naquela oportunidade festiva e houve, sim, cobrança do trabalho que fez no bronze.
Estas observações me foram dada pela estimada amiga Prof. Teresinha Colaneri, sempre atenta, também, aos detalhes históricos de Capivari.
A pintora assinava “Tarsila”. No entanto, nesta herma está gravado “Tarcilla do Amaral”. Na sua Certidão de Nascimento, reafirmada como “natural de Capivari”, datado de 20.09.2000, do Cartório de Registro Civil de Capivari.
O registro é “Tarcila Amaral”, como testemunhas Alfredo Guido e José Pinto de Camargo.
Sabemos que a Tarsila sempre escondeu a idade. O seu nascimento também é uma incógnita, com respeito a data correta.
Muito embora tenhamos como base, de todos os seus biógrafos, a data de 1º. de setembro de 1886, a sua Certidão de Nascimento, aqui mencionada, dá como 1º. de setembro de 1894.
Considerando, então, como hipótese, de que ela não faleceu com 86 anos de idade, mas sim, com 78 anos.
Um fato pouco conhecido é que a Tarsila tinha amizade com a poeta carioca Laura Brandão.
Quando ela esteve na então União Soviética, fez questão de visitá-la e, logo em seguida, fez uma pintura da escritora.
Contudo, com a eclosão da 2ª. Guerra Mundial, este quadro acabou se perdendo e até hoje não se tem o seu paradeiro. Talvez tenha sido queimado pelas bombas que os nazistas despejavam em Moscou.
Numa carta datada de 17 de fevereiro de 1919, Tarsila do Amaral assim se expressa sobre Laura Brandão: “Devo-te muito. Quanta riqueza me deixaste!”.
Do seu primeiro casamento, com André Teixeira Pinto, teve uma filha, de nome Dulce. Esta faleceu em 1966, devido a sua crise de diabetes.
A sua neta, Beatriz, faleceu de afogamento. Assim sendo, não deixou descendentes diretos, mas seus parentes em linha horizontal que, por sinal, ficaram na guarda do seu acervo, nome e prestígio.
Na Fazenda São Bernardo, o casarão principal, onde, na infância, residiu Tarsila, hoje é ponto de referência cultural, na cidade de Rafard.
Nas suas cercanias há uma jabuticabeira (fruta preferencial da pintora), onde, debaixo dela fazia as suas pinturas e ficava contemplando a natureza.
Isto era comum no cotidiano da Tarsila, como se notava também na Fazenda São Jerônimo, no município de Mombuca. Buscava a inspiração para os seus quadros.
Os domínios da Tarsila do Amaral foram além da pintura, passando, também, pelo desenho, pela poesia, pela crítica de arte, pelo trabalho no bronze, pela literatura (como contista), como colunista – dotes de maior envergadura.
Na verdade, Tarsila estava a mais de 50 anos à frente do seu tempo. Era uma beleza indescritível, somado com uma cultura fenomenal. Completa, em tudo que fazia.
