Agronegócio e o desmatamento na Amazônia

Em pesquisa realizada pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), assinada por sete especialistas da área ambiental, mostrou que três de cada quatro hectares de terras públicas que foram desmatados deram lugar a pasto para atividade pecuária na Amazônia.
O estudo também revelou que entre 1997 e 2020, 87% do desmatamento nessas terras são em áreas não destinadas, ou seja, em florestas ou outras áreas do estado ou União. Isso foi impulsionado pela falta de fiscalização, grilagem e avanço de áreas de pastagem.
Os autores informaram no estudo, que as pastagens, em comparação com outros usos do solo, parecem ser a principal ferramenta para a ocupação de terras públicas na Amazônia, em especial em regiões de fronteira de desmatamento.
Já era esperado, segundo os autores do estudo, que a pecuária fosse líder em desmatamentos no local, como também foi instalada nas áreas desmatadas por mais de 10 anos, o que comprova o investimento da atividade crescente na região.
Cerca de 20% das áreas devastadas foram abandonadas em seguida, mesmo com o investimento para a abertura dessas áreas, causando diversos prejuízos principalmente com a perda de biodiversidade e da função ecológica dos ecossistemas.
Muito é dito sobre a importância do agronegócio para impulsionar a economia nacional, principalmente num momento de crise como este, porém, quais as custas para a biodiversidade de um bioma tão importante da maior floresta tropical do mundo?
Existem inúmeras práticas de manejo conservacionista para a produção agrícola e pecuária que podem (e devem) ser adotadas nas áreas que já foram desmatadas, sem a necessidade de se abrir novos campos para exploração nada sustentável.
A riqueza do país em recursos naturais, atrelada a novas tecnologias limpas para a produção, principalmente de alimentos e energia, e à valorização da ciência e pesquisas dos institutos e universidades para que o agronegócio cresça de forma a causar o menor impacto possível aos ecossistemas brasileiros, devem ser prioridade no país.
No presente momento, em que muito se fala (e se sente) sobre mudanças climáticas e os impactos do aquecimento global, a adoção de políticas públicas para a fiscalização, controle e monitoramento do AGRO POP deve ser uma ação prioritária para o governo, a fim de minimizar os impactos que vem sendo sentidos no mundo todo, pela exploração predatória dos recursos naturais e, também, dos povos indígenas na Amazônia, que a cada dia sofre os impactos da irresponsabilidade humana.