ACALENTADORA A POESIA DA PROFESSORA ESMERALDA

Os braços de uma mãe são feitos de ternura,
e os filhos dormem profundamente neles.
Victor Hugo

Visitei a professora Esmeralda Rosatto de Carvalho e conversamos sobre outras professoras, sobre sua fé espírita e o bom relacionamento com as pessoas católicas.
Noto a dificuldade de caminhar que a professora enfrenta, porém segue com bom ânimo.
Ela conta a vida feliz que teve ao lado do esposo, José Hypólito Fernandes Castro de Carvalho, advogado e professor que lecionou em todos os graus de ensino, do primário ao superior, e que foi meu professor na faculdade de Administração.
Disse que tem muitas saudades e que dedica suas últimas poesias para ele.
Ela me convida para um café, vamos até a cozinha.
Na cozinha, na parede de azulejo, vejo um quadro com a foto de sua mãe e uma poesia dedicada a ela, com a qual eu me emocionei e também lembrei da minha mãe, a espanhola Maria Dolores Garcia, que levantava de madrugada para fazer o almoço antes de eu e meus dois irmãos irmos para o canavial. Minestra – arroz misturado com feijão –, um ovo batido com cebolinha, repartido no caldeirão, uma garrafinha de café e um pão amanhecido.
Que saudades da minha mãe, tão generosa e acolhedora de almas – foram onze filhos!
Não resisti e copiei a poesia Guarida (1), da professora Esmeralda para sua mãe, que diz de forma encantadora as lembranças revividas:
“Trago bordada na alma
a beleza de minha mãe,
seu semblante tristonho, sua calma
me oferecem guarida e, até hoje,
você é para mim a lembrança mais querida.

Relembro nossa casa tristonha
naquela rua singela
Você enfeitava com paz, ternura, amor.
– Que vida boa era aquela!

O chão cimentado, o fogão de lenha
me lembro de tudo agora,
E o amor que nos deu
nunca foi, nem vai embora.

Volte em meus sonhos mãe querida
me fazer feliz como outrora,
Você é luz, é guarida,
saudade boa que nunca foi,
nem nunca irá embora.”

(1) Guarida faz parte do livro INTIMIDADE que a professora lançará este ano.