Reciclagem de lixo eletrônico

No último sábado, 11, Capivari recebeu um mutirão de coleta de lixo eletrônico, no qual os munícipes levaram seus equipamentos que já não lhes serviam mais, como televisores, rádios, computadores, impressoras, telefones, celulares e diversos outros, para que estes fossem destinados ao tratamento adequado, a partir do reaproveitamento, reciclagem e por fim, destinação final dos rejeitos.
Foram arrecadadas cerca de duas toneladas de resíduos a serem processadas por especialistas na reciclagem desses materiais. Estudos sobre o potencial de geração de Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos (REEE) no Brasil para 2002 a 2016 mostraram média anual de geração que corresponde a 493.400 toneladas, representando esse total a média per capita de 2,6 kg/ano.
No país, os REEE, assim como demais, são de responsabilidade compartilhada entre todos os atores envolvidos: consumidores, distribuidores, fabricantes, importadores e comerciantes. São tratados de forma especial dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), devido ao risco associado ao descarte inadequado.
O lixo eletrônico possui diversos contaminantes nocivos ao meio ambiente e à saúde. Segundo o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), cerca de 70% dos metais pesados encontrados em lixões e aterros controlados são provenientes de equipamentos eletrônicos descartados, que contaminam o solo e lençóis freáticos, colocando em risco a saúde pública.
Após a coleta, o processo de reciclagem se inicia por meio de uma triagem, através da separação dos equipamentos em condições de uso (que podem ser doados) dos que não podem ser reutilizados. Logo, os aparelhos são desmontados, e a carcaça, a bateria, o vidro e as placas de circuito são separados, sendo dado um destino diferente para cada componente.
A carcaça é triturada e separada por material de acordo com a sua densidade. Depois disso, os resíduos podem, então, ser vendidos para outras empresas que utilizam os polímeros presentes nesses objetos. Os materiais tóxicos são colocados em tanques preparados para armazenar esse tipo de resíduo e são destinados a empresas especializadas. O vidro (tela de celular e monitores, por exemplo) possui diferentes componentes, como chumbo e arsênio. Logo, são separados por tipo de vidro ou são misturados e passam por um processo de moagem e tratamento. As baterias são separadas e destinadas a empresas específicas que farão o descarte correto ou a reciclagem. No Brasil ainda não existe processo de reciclagem para a placa de circuito impresso (PCI). Ela é encaminhada para países que possuem tecnologia suficiente para realizar esse tipo de reciclagem, como EUA, Suíça.
Com isso, é perceptível que se trata de um mercado emergente que ainda está em crescimento. São necessários mais investimentos em tecnologia para a reciclagem dos componentes eletrônicos, buscando uma forma mais sustentável de produzir os equipamentos eletrônicos.
Enquanto a tecnologia avança, procure descartar os materiais de forma consciente e procure um posto de descarte próximo a você.