Resmungando muito, empurrando sua carriola, lá vem ele… “Mário Carcinha”.
Sobe a rua XV recolhendo no comércio caixas de papelão e papel. Logo a carriola fica cheia. Antes, recolhia tudo o que encontrasse: parafusos, ferro, etc… Agora, só papelão.
De repente… o grito que ele não quer ouvir: “Roberto Carlos”.
E aí a coisa fica feia, lá vem ameaças, palavrões, maldições. Segue e desce a rua Padre Fabiano, alguém comenta: “Nossa, a carriola está cheia, você vai ganhar muito dinheiro. Dá um pouco para mim?” E a resposta vem rápida: “Num qué um pouco dá minha dor de cadeira.”
Já em casa, na Vila Fátima, acomoda o material recolhido. Pena que um malvado, vez em quando, coloca fogo em tudo, destruindo seu trabalho de dias.
José Mário Salvatti, filho de Fortunata Veronica Striugli e João Salvatti, nasceu em 18/06/1931 numa família numerosa. Seus irmãos: Matilde, Maria Luíza, Elena, Ercilia, Tereza, Angelina, Alziro, Elizabete, Adelina, Ricardo (falecidos) e Nércio, residente no Bairro Nova Aparecida.
Faleceu em 23/04/2003. No céu onde deve estar, não mais resmunga ou ameaça, apenas reconhece que seu trabalho ajudou a preservar a cidade limpa e o tornou popular.
José Mário, Roberto Carlos ou Mário Carcinha, não importa. Todos são lembrados com carinho pelos amigos.
Fonte e foto: Maria Alice D. Pacheco (sobrinha)