A história dos dois discípulos a caminho de Emaús (povoado que ficava à 11 km de Jerusalém de onde eles saíram) é uma das últimas narrativas do evangelho de Lucas.
O contexto da história todos nós sabemos, Jesus havia sido crucificado na sexta-feira e já havia se passado 3 dias desde sua morte. Ele então ressuscita, e se encontra com aqueles dois homens que estavam conversando enquanto caminhavam.
Jesus então os questiona sobre o que estavam discutindo e percebe que eles estavam tristes e decepcionados.
Ao analisar o texto de forma detalhada encontramos uma riqueza de ensinamentos, para nossa vida e é sobre isso que iremos falar :
DEVEMOS TER CUIDADO PARA NÃO TRILHAR O CAMINHO ERRADO – Eles estavam saindo do lugar porque não creram na promessa de que Jesus ressuscitaria . Nós muitas vezes agimos da mesma forma. Estamos tão próximos do caminho certo, mas não estamos no caminho certo. Abandonamos o lugar onde deveríamos aguardar o cumprimento da promessa e trilhamos outro caminho simplesmente porque não cremos. Note que foi Jesus que se aproximou deles quando ainda não tinham avançado muito pelo caminho. Pois muitas vezes, estamos trilhando :
O caminho de nossos interesses pessoais;
O caminho de fuga de um compromisso com Cristo;
O caminho de fuga dos cultos da igreja;
O caminho de fuga da comunhão com o corpo de Cristo.
O relato evangélico que a bíblia descreve sobre o encontro de Jesus com os discípulos no caminho de Jerusalém para Emaús também revela o itinerário da fé, alicerçada na palavra de Deus.
A estrada, na qual caminhavam os dois discípulos de Jesus, nada mais é do que a estrada da vida de cada um de nós, com tudo o que nela acontece. É neste caminho que aprendemos a lidar com a vida e a ter um encontro com Jesus.
DECEPÇÃO E DESÂNIMO – Achavam que Ele iria libertar a nação judaica da sujeição a Romana. Jesus tinha algo profundamente maior e melhor para eles, o perdão dos pecados e a vida eterna, mas eles estavam com seus olhos voltados para algo passageiro.
Essa mesma atitude se repete em nossos dias. Pessoas que buscam a Deus não pelo que Ele é, mas porque querem a resolução de seus problemas. Querem restaurar seus casamentos, querem cura para suas doenças físicas e da alma, querem uma casa, um carro, querem resolver seus problemas financeiros, querem tudo!
Querem a benção de Deus, mas não o Deus da benção! E ainda querem do jeito que eles imaginam!
E como se não bastasse, não creem no sobrenatural de Deus. Aqui a vida é partilhada com uma proposta de mudança de vida, quando o sonho acaba surge o desanimo que gera em nós, tristeza, vindo a abalar e comprometer a nossa fé e esperança.
Todavia, é nessas horas de conflitos que Jesus surge bem de mansinho em nossas vidas e nos diz: “vinde a mim todos que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” Mt. (11: 28 – 30). Assim, diante do sofrimento, da perda de fé, Jesus aparece e faz de conta que não sabe o motivo de nossa tristeza e nos indaga: o que foi? Lc. (24: 19).
Irmãos, as tristezas sugam nossas forças e energias, tiram o bom humor, afetam nosso corpo, trazem angústia para a nossa alma.
Então não fique envolvido demais nas suas tristezas!
Quando Jesus morreu, os seus discípulos sentiram os seus planos frustrados. Para eles não existia mais horizontes, expectativas, confiança, e muito menos esperanças (Lc. 24.15).
NÃO DEIXE A TRISTEZA LHE CONTAGIAR POR CAUSA DAS CIRCUNSTÂNCIAS (v.17).
Na nossa vida acontecem certas situações, com as quais precisamos aprender a lidar, porque nem tudo é tão fácil como pensamos ou esperamos.
Aqui diz: “Eles pararam, com um jeito triste”. Quando achamos que Jesus não está por perto para nos ajudar perdemos a paz. Nosso rosto se abate, entra a tristeza. A tristeza traz desconforto e provoca sofrimento.
O estado de tristeza pode ser tão forte que produz depressão. Mas também pode ser considerado um momento de reflexão quando se passa a valorizar a alegria e a felicidade.
Mesmo sendo realidade a presença de situações de tristezas, é importante que aprendamos a superá-la. Para lidar com a tristeza, é necessário pedir sabedoria e ajuda de Jesus. Então Ele nos ensinará que existem maneiras de se tirar proveito dos maus momentos que a tristeza nos proporciona.
NÃO PERCA A SENSIBILIDADE DE OUVIR TESTEMUNHOS (vs. 22-24) – Eles andaram com Jesus por pelo menos 3 anos, viram Ele ressuscitar mortos, dar vista à cegos, fazer paralíticos andar, perdoar pecados, realizar todo tipo e sinal e maravilhas, viram Ele pregar sermões maravilhosos!
Mas não reconheceram Jesus. E sabe porquê? Eles ainda não tinham tido uma experiência verdadeira com Jesus. A incredulidade impediu que eles O reconhecessem. Estavam tristes (v.17). Eles viam Jesus como profeta, mas não como Messias (v.19)!
Muitos se encontram exatamente nessa situação. Conhecem Jesus apenas de ouvir falar ou até já presenciaram Ele realizar cura e sinais na vida de outros, mas não tiveram uma experiência pessoal com Jesus. Ainda estão incrédulos.
Estão tristes.
Ainda não veem Jesus como Ele realmente é, como Senhor e Salvador, ou seja, ainda não o conhecem ainda não entenderam que Jesus morreu pelos pecados de toda humanidade. Muitas vezes nosso maior erro é não se conhecer realmente como nós somos. Nós somos pecadores, falhos e não temos nenhum mérito em nós mesmos. Quem crucificou Cristo fomos nós!
DISCERNIMENTO – Apesar deles conhecerem as profecias bíblicas a respeito de Jesus não conseguiram entender que a Cruz era o caminho para glória de Jesus.
A maior história da humanidade estava se desenrolando debaixo do nariz deles, mas eles não estavam discernindo, não estavam entendendo.
Quantas pessoas agem igualmente hoje em dia, mesmo presenciando o mover e o milagre de Deus de perto não conseguem discernir e estão totalmente apáticos.
Mesmo presenciando os sinais proféticos se cumprindo a cada dia, continuam sem entender.
Ele deixou bem claro que para nós o reconhecermos, temos que partir o pão! Quando deixamos de partir o pão, deixamos de conhecer à Cristo. CONVIDE JESUS PARA ESTAR COM VOCÊ (v. 29) Será que temos demonstrado para Jesus que ele é importante na nossa vida? É nosso desejo que ele nunca se afaste de nós em nenhum momento?
Devemos ter atitude como esses 2 homens, que só tiveram a oportunidade de mudar de rota e de reconhecer a Jesus porquê: Convidaram Jesus para entrar na casa deles, deixaram Ele assumir a posição de anfitrião e celebrar a ceia e voltaram para Jerusalém correndo(caminho correto).
Devemos convidar Jesus para que nos guie em sua santa comunhão com Deus. “Eu sou o caminho ninguém vai ao Pai senão por mim”.
É preciso restaurar a nossa consciência da presença de Cristo (vs.31).
Restaurar a nossa Adoração Significa Saber que Jesus Voltou Para os Seus e Voltará Mais uma Vez. Eles voltaram a reconhecer Jesus como o Filho de Deus, o Prometido, o Libertador, o Messias, o Santo de Deus!. Você tem crido assim?
Importante recordar que em nossa existência tudo acaba por sofrer modificações, caso tomemos a decisão de, vivermos com o coração ardendo, aquecido, com os olhos abertos. Sem esquecer que o mundo também mudará.
Com Jesus também aprendemos que a estrada de Emaús também representa a nossa estrada, a do nosso dia a dia na qual Nosso Mestre sempre está presente, ensinando a guardar todas as coisas que nos tem mandado; e que Ele estará convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Mt. (“20: 20)”.
RESTAURE O ARDOR (PAIXÃO) PELA PALAVRA DE DEUS (v.32)
Voltaram para Jerusalém onde estavam os outros discípulos. Voltaram para somar. Voltaram para estar juntos. Voltaram para arregaçar as mangas. Voltaram para juntos servirem a Jesus. Você tem deixado de somar na comunidade? Então é hora de voltar para Jerusalém. Lá era o lugar onde Jesus queria que seus discípulos permanecessem antes do dia do Pentecostes.
A missão nasce sempre de um encontro com Jesus vivo, com o Cristo pascal. Os Evangelhos não terminam na Sexta-feira Santa, com o Cristo morto e sepultado. O grande e retumbante final da sinfonia é a esplêndida aurora da Páscoa, aquele deslumbrante primeiro dia da semana: o Cristo ressuscitado, vivo, vencedor da morte, o triunfo do bem sobre o mal, a vitória da graça sobre o pecado, a alegria do amor e da paz contra as tramas diabólicas do ódio e da guerra. “Realmente o Senhor ressuscitou! Proclamam os “Onze, reunidos com os outros“ em Jerusalém.
Celebramos a real presença deste Deus conosco na Eucaristia, memória do mistério pascal, mistério da cruz e ressurreição, mistério da redenção e reconciliação, que inicia a Nova Aliança. Em cada Eucaristia olhamos para Deus, celebramos o Deus conosco, sua encarnação, paixão morte e ressurreição.
“É Deus Pai quem nos atrai por meio da entrega eucarística de seu Filho, dom de amor com o qual saiu ao encontro de seus filhos, para que, renovados pela força do Espírito, possamos chamá-lo de Pai” .
Da ação de graças, da doação gratuita do Cordeiro de Deus, emerge a energia missionária da Eucaristia.
A Eucaristia é a ponte para o ministério apostólico. Eucaristia é Nova Aliança que pressupõe reconciliação, unidade na diversidade, solidariedade até as últimas conseqüências.
A profissão fundamental é: “Eu creio em Ti, Senhor! E por isso me comprometo e me torno evangelizador.
Evangelizar, ser missionário, é irradiar “o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam do Verbo da vida porque a Vida manifestou-se.
Sejam quais forem nossas fraquezas, misérias, limitações, o que contagia todas as culturas, o que convence todos os povos e raças, é o testemunho da alegria e da graça de termos encontrado o Senhor Ressuscitado.
Tudo isso é graças à força do pão partido de Emaús, é o vigor do fruto da videira no cálice da Nova Aliança, é o corpo entregue e o sangue derramado de Jesus, morto e ressuscitado.
Que Deus na sua infinita misericórdia continue nos abençoando. Amém!
Equipe do Crisma