+ Antonio Dal Fabbro

sem-titulo-81Diz o ditado que durante a vida um homem, para ter uma vida plena, precisa plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho.
Meu Pai plantou muitas árvores, derrubou outras tantas. Algumas dessas árvores não são árvores propriamente ditas: são filhos, e ele teve cinco, meus queridos irmãos, que juntos plantaram outras oito árvores, seus netos. Ele confiava como ninguém no próprio taco. Confiança contamina.
Ele pegou páginas em branco e escreveu um livro muito intenso, cheio de clímaz, com milhares de personagens, cheio de altos, baixos, decepções, alegrias, derrotas, conquistas e vitórias. Ele olhou para trás e viu que não foi fácil. Melhor assim. Afinal, qual é a graça de passar por aqui e viver na sombra?
Sobre os livros propriamente ditos,ele publicou muito: teses de láurea, mestrado, doutorado e um livro multiautoral de contos. Cursou quatro faculdades, de ciências exatas às humanas. Deu aulas em inúmeras instituições de ensino. Era querido e temido pelos alunos. Seu último livro está pronto, restando apenas a arte da capa. Faremos uma publicação póstuma. Não temos dúvidas de que suas linhas irão emocionar pela fantasia, pela remissão à infância livre, leve e humilde em Capivari, pelos tempos de coroinha, e pela imaginação e mistérios que rondavam sua mente.
Quem me conhece, sabe que tive uma relação cheia de antagonismos com ele: eu era inegociável com seus defeitos, mas procurava absorver as qualidades. Acho que absorvi parte dos defeitos e outra parte das qualidades, como era de se esperar. Ele me ensinou o valor da disciplina, do apego aos estudos, do amor ao esporte e da paz que era ficar ao livre, em contato com a natureza. Esse foi o Pai que tive.
Vá em paz, Pai. Sentiremos sua falta, mas já estamos contaminados pelo seu legado.
Com amor,
João Guilherme Dal Fabbro


A missa de 7º dia será celebrada no dia 16 de setembro, às 19 horas, na Igreja Matriz de São João Batista.