BATISMO DE JESUS

Batismo é o nome do ritual de purificação e consagração que é praticado em várias religiões, principalmente no Cristianismo.
O batismo de Jesus marca o início do ministério público de Jesus. Este evento é narrado nos três evangelhos sinóticos(Mateus, Lucas e Marcos, enquanto que em João 1:29-33, que não é uma narrativa direta, João Batista testemunha o episódio: Vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. Eu não o conhecia; mas o que me enviou a batizar em água, esse me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e sobre ele permanecer, esse é o que batiza no Espírito Santo. Eu mesmo vi e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus. O batismo é um dos cinco eventos mais importantes da narrativa evangélica sobre a vida de Jesus, os outros sendo a transfiguração, a crucificação, a ressurreição e a ascensão.
No cristianismo oriental, o batismo de Jesus é comemorado no dia 6 de janeiro, a festa da Epifania. Na Igreja Católica, na Comunhão Anglicana e em outras denominações ocidentais, ela é relembrada num dia da semana seguinte, a festa do Batismo do Senhor. No catolicismo romano, o batismo de Jesus é um dos Mistérios Luminosos do Santo Rosário.
João pregava pela contrição e pelo arrependimento para remissão dos pecados e encorajava as esmolas para os pobres (como em Lucas 3:11).
O próprio João Baptista – se admira e a principio se recusa a batizar, o seu primo Jesus de Nazaré, por quem o seu espírito exultava, mesmo antes de nascer, dentro do ventre de sua mãe, aos seis meses de idade; demonstrando humildade e compreendendo a responsabilidade do que lhe foi revelado pelo próprio Deus. No momento e durante o Batismo de Jesus reside grande diferença entre tantos que foram batizados por João: Jesus batizado por João foi o único batizando de João que não tinha pecados a confessar, nem antes, nem durante, a sua vida como, homem.
No significado do ato batismal, relatado no trecho de Romanos, temos a compreensão clara do significado que o Batismo de Jesus, tem para Igreja. II Co.5.21: Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós.
O Apóstolo Paulo, nos deixa uma profunda Revelação, talvez única, à respeito do que significou o batismo de Jesus e também o batismo de todos nós. (I Co. 12. 13: Pois…fomos todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos quer livre…)
O Cristo disse: “Ide …batizando-os em o nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ou Ide.. quem crer e for batizado será salvo…”, pois o batismo de Jesus, foi:
Cumprimento do Plano de Deus;
Cumprimento da Justiça de Deus em todos os Homens;
Identificação de Deus com os homens, por seu Filho;
Submissão exemplar de Jesus, para nós;
Marca da posterior União da Igreja com Cristo.
Toda a humanidade de seu seguidor se transfigura e é introduzida na vida trinitária de Deus através do rito batismal. O cristão é então lançado no coração da obra salvífica e sua vocação é daí por diante a busca da santidade, uma vez que se torna participante da natureza divina (2 Pd 1,4).
A leitura teológica do batismo de Jesus oferece lições preciosas.
A teofania, ou seja, a manifestação das Pessoas divinas ao ensejo do que ocorreu no rio Jordão, enquanto João O batizava, mostra a missão confiada na terra ao Filho obediente ao Pai através do Espírito Santo.
É com este Espírito divino, e por Ele, que o homem, regenerado pelo batismo, é reconhecido como filho bem-amado (1 Jo 3,1). Eis por que João Batista havia dito com relação a Jesus: “Ele batizar-vos-á com Espírito Santo e com fogo” (Mt 3, 11). O batizado é, verdadeiramente, marcado, selado a fogo com a impressão do Espírito como penhor de salvação. De fato o batismo do Messias encheria os batizados de dons celestes e os purificaria de toda a escória do mal. Deste modo, o batismo de Jesus foi como que a revelação do Deus trinitário e sua ação na vida cristã. Esta dimensão espiritual seria de vital importância para os cristãos.
São João diria que “Deus é amor” (1 Jo 4,7). Eis a razão pela qual o batizado, sob a conduta do Espírito Santo, necessita na sua vida passar do sinal da água regeneradora à realidade da plenitude da dileção infinita do Ser Supremo, irradiando por toda parte este amor que beatifica, purifica e salva.
O Batismo de Jesus nos leva, deste modo, a penetrar no sentido profundo do nosso batismo. Por este sacramento o humano entra no movimento da morte e da ressurreição de Jesus. Pela morte de Jesus, o homem mortal está destinado a fazer morrer tudo que é contrário a vontade de Deus (de todo pecado), de toda procura de uma vida autônoma longe de toda espiritualidade.
Pela ressurreição de Jesus o homem novo nasce, homem eterno, homem do amor, da comunhão e da vida. Cada ser humano surge neste mundo no pecado, definido como uma busca de vida independente do Criador, numa recusa total de seus sagrados preceitos. O batismo põe um ponto final nesta atitude meramente carnal, colocando dentro de cada um o germe da vida espiritual voltada para Deus.
Pelo batismo os homens formam um só corpo em Cristo para compor o Povo de Deus. Por ser habitação viva de Deus (Ef 2,22) a comunidade dos cristãos é constituída por pedras preciosas, pois o batizado irradia esta presença divina por toda parte, sendo uma nação santa, um sacerdócio real como bem se expressou o Apóstolo Pedro (1 Pd 2,9).
Ultrapassando de muito as purificações da Antiga Aliança, o batismo opera todos estes maravilhosos efeitos em virtude dos méritos de Jesus Cristo, com o qual o cristão se configura. Esta configuração é incompatível com a presença do pecado no ser humano. Daí a advertência do papa Leão Magno: “Reconhece, ó cristão, a tua dignidade”.
A uma vida dominada até então pelo pecado sucede uma existência animada pelo Espírito Santo. É por isto que esta vida nova se converte em fermento de transformação (1 Cor 5, 6-8) de toda a vida humana à semelhança da vida de Cristo (2 Cor 4-10). Trata-se da presença de Cristo no ser humano.
Assim se expressou o Apóstolo Paulo na Carta aos Gálatas: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. E enquanto eu vivo a vida mortal, vivo na fé do Filho de Deus que me amou e entregou a si mesmo por mim” (Gl 2,20).
O cristão deve então viver no mundo proclamando sua fé, oferecendo sua vida ao Pai. O mundo só será melhor no dia em que todos os batizados viverem o seu batismo e viverem em virtude de seu batismo!

Equipe do Crisma