PERDOAR: UMA NECESSIDADE PARA A SAÚDE E PARA VIVER

Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos…
Jesus (Mateus 5:44)

Há muitos anos um jovem, filho de um carpinteiro, ensinou o perdão como antídoto para o sofrimento e para a dor.
E amarguramos esse sentimento de fazer justiça vendo os outros sofrerem a mesma dor que passamos, sabendo que nenhum bem vai nos fazer, e que o passado não volta, é irrecuperável, ficou apenas a lição de vida.
O fragmento de notícia a seguir, repetida em alguns noticiários e jornais, dá conta do mal-estar e ressentimento de uma mãe que sofreu com a morte da filha: “Estou chocada, arrasada”, lamentou, ao Globo, Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, sobre a decisão da Justiça paulista, que nesta segunda-feira (17/07/2017) autorizou a madrasta de sua filha a deixar o regime de prisão fechado e ir para o regime semiaberto.
Anna Carolina Jatobá, de 39 anos, está presa em Tremembé, interior de São Paulo, condenada a 26 anos e 8 meses de prisão pelo assassinato da enteada em março de 2008 na capital paulista. A criança tinha 5 anos.
Procurada pelo jornal, a mãe da criança criticou a decisão judicial. “Ninguém merece, né?”, comentou a mãe de Isabella. “Tinha esperança que isso não acontecesse dado o absurdo, a fatalidade, a atrocidade que ela [Jatobá] cometeu”.
A pessoa que não consegue perdoar necessita de tratamento psicológico e espiritual. A vida continua e podemos viver bem quando confiamos em Deus e fazemos a entrega de nossa vida e de nossos pensamentos a esse Pai Amoroso.
Ao não perdoar depois de decorridos anos dos fatos, a pessoa continua a se martirizar e a sofrer por algo que já aconteceu e ficou no passado. Perdoando, não mais acordamos com o ofensor em nosso pensamento, nossos dias não passam mais à sua sombra, e ele não dorme mais junto de nós porque nós mesmos o mantivemos assim…
O perdão é a quebra da corrente, o abrir do cadeado que nos amargura e causa angústia.
Para se libertar da tristeza, da mágoa, da aflição, não bastará jejuar, fazer corrente ou apenas orar: é necessário perdoar.
O professor de medicina e escritor Francisco Cajazeiras, em seu livro O valor terapêutico do perdão, ensina o exercício do perdão. Vejamos:
a) Comece com o autoperdão.
b) Faça o autoexame de culpa.
c) Tome o ofensor como ignorante (não sabe o que faz, age como uma criança).
d) Entenda o ofensor como um enfermo (doente da alma, agressivo, rude).
e) Entenda o ofensor como instrumento de prova para sua evolução.
f) Considere a impessoalidade da ofensa (não tinha esse objetivo).
g) Comece orando pelo inimigo ou aquele que lhe prejudicou.
Segundo o psiquiatra Augusto Cury, o maior beneficiário do perdão é quem perdoa: agindo com perdão livramo-nos do ódio que corrói os sentimentos e o próprio corpo físico, o que pode nos deixar doentes.
Perdoar sempre, incondicionalmente, e vingar-se nunca.
Por mais razão que tenhamos para revidar, procuremos o caminho do perdão que restaura. Porque aprendemos com Deus que a justiça restaura, enquanto a vingança fere e destrói.
Somos espíritos imortais e ninguém pode nos prejudicar espiritualmente, o prejuízo é sempre temporário e o mal que nos causam vai se reverter em bênçãos de vida e saúde no futuro.