OS MORTOS CONSEGUEM VER OS MORTOS NO ALÉM E IDENTIFICÁ-LOS?

(…) e morreu também o rico, e foi sepultado.
E, no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos,
e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.
Jesus (Lucas 16:22-23)

Tem muita gente que, se pudesse, daria uma marcha a ré na sua vida. Depois do caminho percorrido, percebe que tomou muitos desvios que levaram ao engano e sofrimento, ou então que apenas desfrutaram dos bens recebidos da vida e nada deram para torná-la melhor.
A vida é uma experiência de aprendizado, e errar é humano e faz parte da educação estabelecida por Deus para todas as suas criaturas. Mas tem consequência e dela somos escravos.
Riqueza e pobreza são provas pelas quais a grande multidão de almas passa durante a peregrinação da existência na Terra em busca da perfeição. Todos podem ser felizes nas duas circunstâncias, porém, a maioria acaba se equivocando nas escolhas e, então, vem o sofrimento. É o caso dessa parábola ensinada por Jesus. O rico desfrutou e não fez nada de bom, e foi habitar em lugar de dores depois do sepulcro.
Os espíritos informam que a alma, de volta ao mundo dos espíritos, tem as percepções que tinha nesta vida e mais outras percepções que a morte faz desabrochar. A visão é melhor depois da morte, pois se pode perceber ao longe, como aconteceu com o rico, que via Lázaro e o patriarca Abraão.
Quando do aparecimento de Jesus, materializado para os seus discípulos, ele tinha a forma de homem e foi reconhecido por estes, inclusive disse a Tomé: “Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram”… (João 20:24-29).
Uma questão que se observa é que os espíritos se reconhecem por terem convivido juntos na Terra, assim como o pai reconhece o filho, um amigo reconhece o outro e também os inimigos se reconhecem na vida espiritual.
Então nos perguntamos: todos os espíritos têm acesso, reciprocamente, uns aos outros? Não imediatamente. Os bons e sábios vão a todos os lugares. Aos inferiores é restrita sua participação e seu encontro com aqueles que desfrutam de melhores posições pela sua evolução.
Aquele que fez seus semelhantes sofrerem irá encontrar-se numa condição em que sofrerá o mesmo que tiver causado. É a lei do retorno. Isso mesmo que fizer é o que vai receber. Você fez o bem, recebe o bem; você negligenciou, será negligenciado.
Quando encarnado o homem é constituído de três partes, se é que podemos dizer assim: espírito, corpo espiritual e corpo físico. Com a morte do corpo físico fica o espírito e o corpo espiritual (chamado por nós espíritas de perispírito ou corpo fluídico).
Qual é a morfologia do corpo espiritual?
O livro A Reencarnação, de autoria do francês Gabriel Delanne, fornece-nos sobre o tema as seguintes informações: “O corpo fluídico é semelhante, em todos os pontos, e mesmo anatomicamente, idêntico ao corpo físico. É um ser de três dimensões, com morfologia terrestre”.
Na obra Evolução em dois mundos, psicografada pelos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira, o médico espiritual André Luiz oferece-nos as informações adiante resumidas: a forma individual em si obedece ao reflexo mental dominante, notadamente no que se reporta ao sexo, mantendo-se a criatura com os distintivos psicossomáticos de homem ou de mulher, segundo a vida íntima, através da qual se mostra com qualidades espirituais acentuadamente ativas ou passivas.