Espaço Corporativo – Como me conduzir e ser conduzido?

Gostaria de iniciar esse texto com algumas perguntas relevantes. Quais são as pessoas que te influenciam? Quais são as crenças e comportamentos que transmitem? Como e quando essa pessoa teve influência sobre seus comportamentos e soluções?
Estamos vivenciando momentos onde muitas verdades estão vindo a tona. Tantos casos de corrupção, de falta de caráter, ausência de respeito, condutas duvidosas e causadoras de grande dolo. Estamos passando o país a limpo e muita imperfeição tem subido à tona.
Peço que vocês observem e respondam as perguntas acima do ponto de vista de pessoas que transmitem o bem e nos motivam a praticar o bem. Sendo assim, quem me vem ao pensamento quando medito as pessoas que me influenciam positivamente? Quais são os comportamentos que eles me transmitem? Quando essa pessoa exerceu sobre mim uma influência decisiva sobre meus comportamentos e tomadas de decisão?
Paralelo ao texto acima, pode-se afirmar que aprendemos a liderar deixando-nos liderar? Eu acredito que sim, aprendemos a liderar melhor quando nos deixamos liderar. Nosso processo de aprendizagem passa pela experiência de lançar olhar para as próprias feridas, ou seja, minhas próprias falhas e fraquezas. Creio que devemos aprender a conviver adequadamente com os pontos fortes e fracos.
A maneira mais apropriada para progredir é aprender com as próprias experiências. Observo que muitos profissionais lideram muitas pessoas por anos a fio, porém, poucos se deixam liderar por alguém. Pode-se dizer que isso é uma falta de responsabilidade, pois muitos conduzem os outros, mas não se deixam conduzir.
Podemos refletir então que aprendemos melhor a conduzir quando nos deixamos conduzir. Quando exercemos a auto experiência, quando nos tornamos capaz de curar as próprias chagas e consequentemente a dos outros. Em outras palavras, quando permitimos confrontar os próprios problemas antes de resolvermos os problemas dos outros. E como podemos experimentar?
O ato de liderar consiste no encontro de pelo menos duas pessoas em plena condição de pessoa humana. Tratar-se do olho no olho. Essa comunicação possui dois aspectos extremamente importantes (conteúdo e relação). São pontos vitais no ato de liderança. Esse exercício consiste basicamente em dois verbos de ação (escutar e perguntar). A escuta deve ser ativa e atenciosa. Por outro lado a pergunta conduz essa comunicação. A qualidade das respostas está intimamente ligada à qualidade das perguntas. Podemos dizer que o que nos move não são as respostas e sim as perguntas.
Descrevemos acima que através de nossas experiências projetamos a nossa liderança. Podemos mencionar como exemplo Moisés do Antigo Testamento. Ele foi um típico líder que conduziu seu povo da escravidão do Egito para a liberdade da Terra Prometida. Em consonância com o que estamos partilhando, Moisés de início aprendeu a liderar passando pela experiência da própria fraqueza e mais adiante aprendeu a dividir as responsabilidades com várias pessoas.
Sendo assim, Moisés não foi um líder nato, mas assumiu uma tarefa de liderança a partir de sua profunda autoconsciência. Por outro lado, muitos homens que ocupam uma posição elevada em empresas consideram-se líderes natos, porém, muitas vezes passam por cima de seus colaboradores. Isso compromete o processo de liderança e causa impactos na produtividade e resultados.
Pode-se afirmar então que, lideres como Moisés, depois de terem experimentado a sua própria fraqueza, passaram a exercer sua liderança com mais cuidado. Em outras palavras, passam a ter um olhar para a necessidade dos colaboradores, reconhecendo melhor o que é importante.
Espero que esse texto possibilite responder as questões aqui propostas. Que propicie uma reflexão sobre a forma e impacto na prática de seu ato de liderar. Pense nisso, saúde e paz a todos.