CONSUMISMO E OS IMPACTOS AMBIENTAIS

O crescimento populacional ao lado do desenvolvimento econômico e o avanço tecnológico desencadearam alterações comportamentais na população mundial através da necessidade de mudanças: moradia, emprego, aumento de renda, busca por conforto e melhor qualidade de vida.
A urbanização das populações e as aglomerações urbanas criaram novas necessidades e multiplicaram a demanda pelo consumo de vários bens, duráveis ou não, como aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos, roupas, automóveis, alimentos, entre tantos outros.
O ato de consumir e descartar ocorre rápida e sucessivamente, pois sempre há algo mais novo que as pessoas desejam ter ou consumir, acreditando na derradeira felicidade e bem-estar prometidos pela propaganda de diversos produtos.
A competitividade de mercado eleva a necessidade de inovação e destaque de produtos, através das embalagens envolvendo uma única mercadoria, a fim de destacar o design dos produtos e sobrelevar a marca, embalagens que geralmente não são reutilizadas e vão diretamente para o lixo.
O consumo destes produtos altera a capacidade dos ecossistemas em fornecer os bens essenciais a sua produção. Ao mesmo tempo é aumentada a demanda por recursos naturais, muitas vezes exauríveis, estabelecendo um ciclo insustentável de desenvolvimento. Tais ações aumentam significativamente a emissão de gases poluentes, poluição dos recursos hídricos, diminuição da disponibilidade de recursos naturais, degradação do solo, intensificação de enchentes, proliferação de vetores de importância sanitária nos centros urbanos, geração de lixo e catação em condições insalubres nas ruas e áreas de disposição final, com efeitos como assoreamento de rios e córregos, todos com graves consequências diretas ou indiretas para a saúde pública.
Relatórios de respeitadas organizações ambientais defendem que o ser humano já está consumindo mais do que a capacidade do planeta de se regenerar, alterando o equilíbrio da Terra. Segundo o relatório Planeta Vivo (WWF, 2008), a população mundial já consome 30% a mais do que o planeta consegue repor. Outro relatório, o Estado do Mundo 2010, do World Watch Institute (WWI) coloca que hoje se extrai anualmente 60 bilhões de toneladas de recursos naturais. Isto representa 50% a mais do que era extraído 30 anos atrás.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a população mundial deve chegar a 8,9 bilhões de habitantes até 2050. A resposta mais simples seria dizer que todos – Sociedade, Governo e Empresas – são responsáveis diretos pelos impactos ambientais desencadeados no planeta.
Não há razão para impedir que esta demanda reprimida de consumo seja refreada, pois o consumo fortalece a economia. No entanto, é a oportunidade histórica de abandonar os padrões de consumo exagerado copiados de países de primeira industrialização e estabelecer padrões brasileiros de consumo em harmonia com o meio ambiente, a saúde humana e com a sociedade.
Além disso, a educação ambiental é um importante passo para o desenvolvimento sustentável. Isso porque, é preciso conscientizar todos os setores para que haja um movimento completo e eficiente em prol do meio ambiente.